Campanha de Boulos quer combater tese da 'aritmética implacável'
Por mais que seja o mais natural acreditar que os votos de Pablo Marçal devem migrar quase que automaticamente para a candidatura de Ricardo Nunes (MDB), a campanha de Guilherme Boulos (PSOL) tem como meta atuar contra a tese da aritmética implacável para manter o ânimo da militância e para seguir confiante em vitória.
Entre os integrantes do núcleo da campanha de Boulos dois exemplos estão sendo usados para reforçar a tese de que os votos do primeiro turno não servem para "o já ganhou" ou para sacramentar a derrota.
Uma das lembranças que tem sido trazida é a eleição de 2012, quando Fernando Haddad (PT) venceu a disputa contra José Serra (PSDB), mesmo o candidato tucano passando na frente para o segundo turno e com a opinião pública considerando que os votos Celso Russomano (PRB) automaticamente garantiriam a vitória de Serra.
Mas não foi o que aconteceu. E Haddad virou o prefeito de São Paulo.
Aposta em Lula e na polarização
Para reverter o cenário difícil, a campanha de Boulos vai apostar ainda mais na associação do candidato com o presidente Lula e luta para ter o máximo da presença do petista na campanha.
Lula já avisou que vai conciliar agendas neste segundo turno com outras cidades consideradas fundamentais para o presidente e para o PT, mas deve estar em São Paulo para agendas nos dias 18 e 19.
A ideia, além de contar com Lula na rua, é também usar a imagem do presidente na propaganda eleitoral de rádio e TV.
E, por outro lado, apostar na rejeição do ex-presidente Jair Bolsonaro na cidade de São Paulo e associar que Nunes é o candidato bolsonarista da disputa.
Segundo números levantados pela campanha de Boulos, cerca de 50% dos eleitores do atual prefeito não sabiam que ele era apoiado por Bolsonaro.
"Se Bolsonaro entrar mesmo de cabeça como está prometendo pode ser muito bom pra nós", disse uma fonte da campanha.
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