Raquel Landim

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Opinião

É inadmissível tolerar fala bolsonarista de Maduro sobre eleições no Brasil

Maduro disse que as urnas brasileiras não são auditáveis, dando margem a questionamentos sobre os resultados das eleições. É exatamente o mesmo argumento usado pelos bolsonaristas.

Por enquanto, apenas o TSE reagiu: disse que o boletim das urnas é "totalmente auditável". Nem Planalto, nem o assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, se manifestaram.

Interlocutores do governo brasileiro preferem minimizar e dizem que o ditador citou também outros países, como a Colômbia e os Estados Unidos, e que foi importante que ele esclareceu que não quer "dar um banho de sangue", mas, sim, "promover a paz" na Venezuela.

Os venezuelanos estão às vésperas de eleições presidenciais delicadas neste fim de semana, processo que o Brasil muito se empenhou para que seja limpo, chegando a fechar um acordo com os Estados Unidos, que os venezuelanos desrespeitaram.

É até compreensível que o Brasil deseje que tudo der certo, o que não significa endossar ditador.

Maduro cruzou uma linha importante diante do trauma vivido pelo Brasil no 8 de janeiro. Não dá para condenar esse tipo de mentira vinda de Bolsonaro e tolerar se quem a diga for Maduro.

Ao endossar uma suposta disposição do ditador venezuelano em respeitar o resultado das eleições e ignorar os indícios dados nos últimos meses, como as seguidas impugnações de candidaturas da oposição, Lula se colocou numa armadilha.

Maduro dá todos os sinais de que não vai aceitar uma eleição que não o consagre como vitorioso. Se ele perder nas urnas e quiser ganhar no tapetão, o Brasil vai apoiar a fraude?

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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