Raquel Landim

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Reportagem

Brasil fica com tarifa menor que asiáticos e pode ganhar mercado nos EUA

O "tarifaço" de Donald Trump acabou abrindo um espaço para o Brasil no mercado americano, se as companhias brasileiras souberem aproveitar.

O Brasil ficou com uma sobretaxa de 10%, que prejudica a competitividade das empresas brasileiras, mas é bem menor que a de outros países, principalmente asiáticos.

A China vai ser sobretaxada em 34%, o Vietnã em 46%, Taiwan, 32%, Índia, 26%, Coreia do Sul, 25%. Mesmo os europeus sofrem com uma tarifa extra de 20%.

Especialistas ouvidos pela coluna ponderam que a diferença tarifária oferece uma oportunidade para o Brasil tomar "market share" de outros países produtores.

O objetivo de Trump ao aplicar o "tarifaço" é que as importações americanas sejam substituídas por produtos feitos localmente, mas, dependendo do custo de produção, o Brasil pode acabar se beneficiando diante dos rivais.

Outra vantagem para o Brasil é que praticamente todos os países da América Latina acabaram sofrendo a mesma "punição" de 10% de tarifa de importação.

Só que boa parte desses países tem acordos de livre comércio com os americanos. Membro do Mercosul, o governo brasileiro optou por não se engajar nessas negociações. Agora as vantagens desses acordos praticamente terminam.

Inflação

Apesar desses benefícios indiretos para o Brasil e outros países com sobretaxas menores, o "tarifaço" de Trump deve ser ruim para a economia americana e global.

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Trump fez o anúncio repleto de símbolos nacionalistas - desde a música até bandeiras americanas - e prometeu a retomada dos empregos.

Isso até pode acontecer no curto prazo com a atração de fábricas para determinadas regiões.

Mas o efeito de médio e longo prazo é de aumento da inflação americana e global, redução do poder de compra do consumidor e desorganização das cadeias produtivas globais, dizem economistas.

Substituição de importações

O "tarifaço" de Trump também faz recordar o regime de substituição de importações da América Latina no século 20.

Naquela época, o Brasil se industrializou, mas a economia amargou deficiências e ficou pouco competitiva.

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Quando o mercado se abriu para acompanhar o progresso global, parte da indústria desapareceu porque não conseguiu resistir à competição.

O caso dos Estados Unidos é um pouco diferente porque trata-se do maior mercado do mundo, logo o efeito pode ser mais lento. A política comercial americana também pode acabar sendo alterada com um novo governo.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

28 comentários

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Janilson Inacio dos Santos

Isso é prova do trabalho do governo LULA em diplomacia. Viva Lula até 2030

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Luis Alberto de Araujo Ramos

Lá vem o Trump, com cara amassada, gritando tarifa pra tudo e pra nada. Não entende de dólar, nem de mercado, já quebrou empresa até do outro lado. Faz pose de chefe, patrão do planeta, mas governa igual banca de roleta. Joga imposto pra cima, ameaça geral, vira a economia num show de canal. Coloca taxa no feijão e no queijo, se deixar, cobra até pelo beijo. Se o país reclamar, ele fecha a porta, bloqueia no X e dá risada torta. Fala grosso, banca valentão, mas confunde planilha com jogo de botão. Administra os Estados Unidos no grito, como se fosse o dono do apito. Quer guerra com tudo: do milho ao avião, do suco de uva ao fio de algodão. Mas quando o troco vem de outra nação, aí vira vítima da conspiração. É guerra comercial com toque de comédia, e o mundo inteiro entra na tragédia. Enquanto ele berra com a cara inchada, a turma paga caro… e ainda dá risada.

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Edmilson Esbravati de Almeida

O que os governadores brasileiros do MAGA tem a dizer sobre o Tarifaço do Trump.  Porque o silêncio senhores, assumam seu lado pró Americano. 

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