Raquel Landim

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Opinião

Marçal inventa desculpa para recuar de proposta inviável na segurança

O candidato à Prefeitura de São Paulo do PRTB, Pablo Marçal, inventou uma desculpa para recuar de sua principal proposta para a segurança pública: triplicar o efetivo da Guarda Civil Metropolitana (GCM).

Em sabatina nesta terça-feira (10) da revista Oeste, ele diz que voltou atrás após se encontrar com o ministro da Justiça e Segurança de El Salvador, Gustavo Villatoro, durante visita ao país.

"Depois de sentar com o ministro eu assumo que vou trocar essa posição. A gente não vai mais triplicar a guarda, a gente vai chamar os que passaram em concurso público e vamos aumentar a Operação Delegada", disse Marçal.

A Operação Delegada é o convênio entre prefeitura e governo estadual que permite aumentar o efetivo da segurança com a atuação de policiais militares de folga em troca de um percentual no pagamento. Ele disse que irá estender o convênio com a Polícia Civil.

Ele afirmou ainda que os custos de treinamento, armamento e compra de fardas são muito altos, e "que não resolvem o problema de imediato".

O candidato não explicou quais argumentos Villatoro, que não conhece os dados do orçamento da prefeitura e da segurança pública da capital paulista, teria oferecido para convencê-lo.

Marçal desistiu porque sua proposta é inviável e porque ele ficou exposto.

Em sabatina realizada pelo UOL e pela Folha, o candidato errou no custo para triplicar o efetivo da GCM, hoje em pouco mais de 7 mil homens.

Marçal estimou o gasto em R$ 100 milhões, enquanto apenas a folha de pagamento atual é de R$ 700 milhões. Triplicar custaria R$ 1,4 bilhão a mais.

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Ele também não sabia que a academia consegue formar, no máximo, mil guardas a cada seis meses — ou que não há armários o suficiente para os armamentos.

Plano de governo não são "sonhos", mas propostas feitas por um candidato à população e que serão cobradas dele ou dela depois de quatro anos.

Diante dessa premissa, é virtude do homem público corrigir o rumo quando necessário. Só é difícil acreditar no compromisso quando as motivações são distorcidas.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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