Raquel Landim

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Campanhas comparam audiência de veículos e candidatos para definir debates

As campanhas dos candidatos à Prefeitura de São Paulo estão fazendo contas para definir se participam ou não dos próximos debates: se os veículos de comunicação têm mais audiência que os próprios postulantes. Há ainda pelo menos oito confrontos marcados.

Segundo apurou a coluna, várias métricas estão sendo levadas em consideração, incluindo o número de seguidores do veículo, visualizações no Youtube dos programas e dos "cortes", e audiência no Ibope no caso dos canais de TV.

O objetivo é calcular se o veículo consegue alcançar mais pessoas dentro da cidade de São Paulo do que os candidatos. Caso contrário, os estrategistas estão preferindo sugerir aos postulantes que não participem dos debates por causa dos ataques do candidato do PRTB, Pablo Marçal.

"Se o veículo tem pouca audiência, nos tornamos personagens numa live do Marçal", disse um marqueteiro à coluna, ressaltando que o candidato do PRTB tem 12,8 milhões de seguidores no Instagram.

Guilherme Boulos (PSOL) vem em segundo lugar, com 2,2 milhões de seguidores, Tabata Amaral (PSDB) tem 1,5 milhão, Ricardo Nunes (MDB) 969 mil e José Luiz Datena (PSDB) 959 mil.

Com exceção de Nunes, as redes dos candidatos são bastante nacionalizadas, ou seja, nem todos os seguidores são eleitores da cidade de São Paulo. Isso ajuda a explicar porque Nunes é um dos líderes das pesquisas de intenção de voto, empatado com Boulos, e tem menos seguidores.

Outros fatores também são levados em consideração: relevância, qualificação do público (neste caso, a alternativa preferida dos marqueteiros tem sido aceitar sabatinas e evitar os debates) e, principalmente, as regras dos debates.

As campanhas estão solicitando aos veículos que efetivamente implementem as regras que são acordadas, contenham as mentiras espalhadas por candidatos, sobretudo Marçal, impeçam a utilização de "adereços", e a entrada de celulares com os assessores para a gravação de cortes para as redes sociais.

Nos últimos debates, Marçal levou uma carteira de trabalho com a qual constrangeu Boulos, enquanto Marina Helena (Novo) escreveu "fujões" na mão.

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No debate Estadão/Terra/Faap, a confusão foi tamanha que os assessores dos candidatos chegaram a cogitar tirá-los do palco no meio do evento, mas acabaram desistindo.

"Não é uma discussão para eleger síndico de prédio, é a maior cidade da América Latina", disse um assessor.

Essa reportagem é um dos destaques do programa "Radar das Eleições", videocast do UOL sobre as eleições municipais. Acompanhe no link:

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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