Raquel Landim

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Marçal pode não conseguir furar bolha, e Nunes se mantém vivo na disputa

Depois de crescer espantosos sete pontos na corrida pela Prefeitura de São Paulo, o candidato do PRTB, Pablo Marçal, pode ter batido no teto de intenções de voto caso não consiga atingir os eleitores de fora da sua "bolha".

Já o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que sofreu com a debandada do bolsonarismo, deu mostras de que está vivo na disputa graças ao seu tempo de TV e às obras que vem fazendo na periferia.

No Datafolha divulgado nesta quinta-feira (5), Marçal oscilou de 21% para 22%. Nunes, por sua vez, subiu de 19% para 22%. O candidato do PSOL, Guilherme Boulos, se mantém com 23% da preferência dos eleitores.

Nas campanhas, não se descarta uma disputa cabeça-a-cabeça até a reta final, mas os aliados de Boulos acreditam que ele está no segundo turno. A avaliação é que é muito difícil não ter um candidato de esquerda na segunda fase.

Além disso, o PT, que apoia Boulos, costuma ser um partido que mostra força na reta final graças à militância. As mulheres também têm mostrado mais aderência a candidatura de Boulos e elas costumam decidir seu voto mais tarde.

A única chance de Boulos ficar fora do segundo turno é um crescimento expressivo de Tabata Amaral (PSB). A candidata vem se destacando, principalmente ao enfrentar Marçal, mas caminha a passos lentos e longe do primeiro pelotão.

A principal disputa, portanto, deve ser em torno da segunda vaga. Marçal dá sinais de esgotamento de sua estratégia de ataques aos adversários. Sua rejeição aumentou e ultrapassou a de Boulos. O candidato do PRTB percebeu o golpe e tem moderado o discurso em algumas ocasiões e tentado falar de propostas para a cidade, embora com pouco conteúdo.

Analistas estimam que o "bolsonarismo raiz" englobe entre 20% a 25% dos eleitores da capital paulista e que esse seria o teto de Marçal. Nesse patamar, ele arrisca ficar de fora da segunda rodada.

Aliados de Nunes respiram aliviados e acreditam que o prefeito ainda vai crescer mais, porque a propaganda na TV está só começando. Nunes também teve um avanço significativo na periferia, onde a máquina de obras faz diferença.

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A estratégia por lá é desidratar ainda mais a candidatura de José Luiz Datena (PSDB) e conquistar os indecisos. Além de bater forte em Marçal tentando tirar votos ao associá-lo ao PCC (Primeiro Comando da Capital).

No segundo turno, o jogo muda e se torna um Fla-Flu entre direita e esquerda, mas com nuances. Se o adversário for Marçal, talvez Boulos tenha mais facilidade de emplacar a ideia de "frente ampla" que elegeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com Nunes, a ideia não é tão óbvia.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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