Raquel Landim

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Reportagem

Apoiadores de Trump, barões de Wall Street ficam contra ele pós-tarifaço

Em sua maioria apoiadores de Donald Trump, os barões de Wall Street estão se voltando contra ele por causa da queda generalizada dos mercados após o "tarifaço" e a escalada da guerra comercial.

Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, pediu uma "solução rápida" em sua carta aberta aos investidores nesta segunda-feira e alertou para os riscos de inflação e de uma possível recessão.

"Quanto mais rápido isso for resolvido melhor, porque os efeitos negativos vão se acumulando no tempo e depois será difícil de resolver", escreveu.

Ele não citou diretamente Trump, mas fez uma menção ao seu slogan de campanha: America First.

"A economia é a cola de longo prazo. 'América Primeiro' é ok, contanto que não implique na América sozinha", afirmou Dimon.

Apoiador entusiasmado de Trump na campanha, o mega investidor Bill Ackman, diretor executivo da Pershing Square Capital Management, está postando furiosamente na rede X.

"Para dizer o óbvio, não ajuda a posição negociadora do nosso presidente e do nosso país tentar fechar acordos enquanto os mercados colapsam", afirmou. "Qualquer um que está recomendando essa ideia ao presidente tem que ser demitido agora", completou.

Na sexta-feira, Boaz Weinstein, fundador da Saba Capital Management, já havia dito que uma guerra comercial levaria a uma "aceleração das vendas dos bônus corporativos" e provocaria uma "onda de falências".

E, no domingo, Stanley Druckenmiller, também investidor bilionário, afirmou num raro post no X:

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"Sou contra a expansão de tarifas acima de 10% como deixei abundantemente claro nessa entrevista que você cita", afirmou ele em resposta a um internauta, referindo-se a uma entrevista que havia concedido à CNBC em janeiro.

Vários outros mega-gestores também fizeram críticas ao tarifaço que o mercado colapsa e Trump dobra a aposta.

Nesta segunda, ele disse que vai sobretaxar os produtos chineses com mais 50% se Pequim insistir em retaliar.

E no Brasil?

Aqui no Brasil, banqueiros —que antes simpatizavam com parte das políticas de Trump— também estão irritados.

Sob a condição de anonimato, o CEO de um grande banco disse à coluna que o mandatário americano possui políticas positivas de cortes de gastos, mas que o protecionismo "não faz o menor sentido".

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"Trump está desorganizando as cadeias produtivas e retomando ideias dos anos 30, que não fazem o menor sentido. Os Estados Unidos foram o país que ficou mais rico com a globalização", disse a fonte.

"Além disso, faltam trabalhadores. Quero ver quem faz para costurar os tênis Nike nos Estados Unidos agora que ele taxou os produtos que vêm do Vietnã", completou.

Reportagem

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