Reinaldo Azevedo

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Opinião

CNT-MDA 2: Lula favorito em 26; ideologia declarada e de fato; fator Marçal

O MDA-CNT também quis saber as intenções de voto do eleitorado para 2026. O presidente Lula lidera a pesquisa espontânea, com 27,4%, seguido por Jair Bolsonaro, com 20,4%. Muito atrás, são mencionados Tarcísio de Freitas, Pablo Marçal e Simonte Tebet, com, respectivamente, 1,8%, 1,4% e 1,1%. Dizem que votariam em outros 6,2%; branco ou nulo somam 6%, e 35,7% não souberam responder.

Num dos cenários estimulados, com Jair Bolsonaro na lista, Lula aparece numericamente à frente. A simulação atende, claro!, à curiosidade, mas o fato é que o "Mito da Democracia" não será candidato -- se é que estará solto em 2026. De todo modo, os números são estes:
CENÁRIO UM
Lula (PT): 35,2%
Bolsonaro (PL): 32,2%
Pablo Marçal (PRTB) 8,4%
Simone Tebet (MDB):8,0%
Ciro Gomes (PDT): 6,2%
Brancos/Nulos: 6,8%
Indecisos: 3,2%

CENÁRIO DOIS
Michelle substituindo Bolsonaro

Lula (PT): 34,1%
Michelle (PL): 20,5%
Pablo Marçal (PRTB): 14,1%
Ciro Gomes (PDT): 9,3%
Simone Tebet (MDB):9,2%
Brancos/Nulos: 8,9%
Indecisos: 3,9%

CENÁRIO TRÊS
Tarcísio substituindo Bolsonaro

Lula (PT): 35,2%
Pablo Marçal (PRTB): 16,9%
Tarcísio de Freitas (Rep): 15%
Simone Tebet (MDB): 9,5%
Ciro Gomes (PDT): 9,4%
Brancos/Nulos: 9,2%
Indecisos: 4,8%

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
1: Os que votam em Lula na pesquisa estimulada correspondem àqueles que consideram seu governo ótimo ou bom;
2: chama a atenção o bom desempenho de Simone Tebet (MDB), ministra do Planejamento;
3: embora Michelle seja o nome da direita com a maior pontuação, não será candidata à Presidência; a diferença em relação a Lula é de 13,6 pontos;
4: vejam ali Pablo Marçal assombrando a extrema-direita caso decida mesmo se candidatar, como promete -- se é que estará elegível;
5: outro que, parece-me, pode ser descartado dessas listas é Ciro Gomes, ao menos como candidato do PDT;
6: Tarcísio, por enquanto, como diria Bolsonaro, é apenas um líder estadual.

Lula bateria Bolsonaro, se candidato fosse, no Nordeste (27,1% da amostra) por 51% a 22%. No Sudeste (42,8%), haveria empate técnico, com o petista numericamente à frente: 32% a 30%. No Sul (14,6%), a liderança seria do ex-presidente: 46% a 24%; ele também lideraria do Norte-Centro-Oeste (15,5%): 43% a 28%.

Entre os que recebem até dois mínimos (45,9% da amostra), ficariam com Lula 41%; só 27% escolheriam Bolsonaro. Na faixa de dois a cinco mínimos (34.4%), o inelegível obteria 36%, contra 32% do atual presidente. Acima de cinco mínimos (18,3%), o ex bateria o atual por 37% a 29%.

DIREITA E ESQUERDA
A pesquisa também quis saber como os brasileiros se definem ideologicamente. Os que se afirmam de direita cresceram de 30,8% há seis meses para 39,2% agora. Em janeiro, eram 28%. Nada explica esse salto, a não ser a confusão de conceitos. Os que se dizem de esquerda oscilaram de 17,4% em maio para 19,5%. Querem-se de centro-esquerda 4,5%. Seriam 5% os de centro-direita e 8,3% os de centro. Não sabem ou não responderam 23,5%.

Não duvido que as pessoas tenham dado essa resposta. A pesquisa CNT-MDA está entre as que considero sérias. Mas duvido, sim, que boa parte dos respondentes estejam ligando o nome à coisa.

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Entre os que recebem até dois salários mínimos, por exemplo, dizem-se direitistas 42%, contra 23% que se querem à esquerda. Quando se trata de escolher entre Lula e Bolsonaro, no entanto, o petista vence por 41% a 27%. No Nordeste, estariam à direita 45%, contra apenas 23% à esquerda. Na região, o atual presidente bateria o ex por 51% a 22%.

A guerrilha ideológica que a extrema-direita opera nas redes, é fato, normalizou a palavra "direita", tratada como sinônimo do bem, e demonizou o termo "esquerda", identificado com o mal. É claro que isso tem também algum desdobramento eleitoral. Até agora, os progressistas não conseguiram dar uma resposta adequada — e, se querem saber, assim tem sido em todas as democracias. Lula, no entanto, fura o rótulo, embora também seja atingido por ele.

NOMES DA DIREITA
A pesquisa quis saber qual seria o melhor nome para disputar a Presidência entre os 44,2% que se afirmaram de direita ou centro-direita. Bolsonaro ficou com 47,9%. Na sequência, Pablo Marçal (11,4%), Tarcísio de Freitas (10,5%), Michelle Bolsonaro (5,1%), Ratinho Jr. (3,7%), Romeu Zema (2,8%), Ronaldo Caiado (2,3%); Eduardo Bolsonaro (0,7%); nenhum desses (11,9%). Não souberam ou não responderam: 3,7%.

E se Bolsonaro não for, e não será!, candidato? As preferências são estas: Tarcísio de Freitas (22,6%), Michelle Bolsonaro (21,9%), Pablo Marçal (20,3%), Ratinho Jr. (5,8%), Eduardo Bolsonaro (4%), Romeu Zema (3,7%), Ronaldo Caiado (3,4%); nenhum desses (13,4%). Não souberam ou não responderam 4,9%.

NOMES DA ESQUERDA
Já entre os 24% que se disseram de esquerda ou centro-esquerda, Lula é o preferido de 60,2%, seguido de longe por Fernando Haddad (9%), Guilherme Boulos (8,8%), João Campos (7,9%), Geraldo Alckmin (5,2%), José Dirceu (1%); nenhum desses (6,2%). Não souberam ou não responderam 1,7% dos entrevistados.

E se Lula não se candidatar? Desponta o nome de Haddad, com 31,3%, seguido por Boulos (17,5%), Alckmin (15%), João Campos (12,7%), José Dirceu (3,3%); nenhum desses (13,5%). Não souberam ou não responderam 6,7% dos entrevistados.

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OS DE CENTRO OU QUE NÃO SOUBERAM SE POSICIONAR
Lula lidera entre os 31,5% que se dizem de centro (8,3%) ou não souberam se posicionar (23,5%):
Lula: 26,7%
Bolsonaro: 15,9%
Marçal: 11,6%
Tarcísio: 6,4%
Outros de esquerda: 10,8%
Outros de direita: 6,4%
Nenhum deles: 14,9%
Não sabe/não responderam.: 7,2%

CONCLUO
Quem disser que sabe o que vai acontecer está desinformado. Lula segue, é evidente, sendo favorito. Ocorre que o quadro de agora, no campo na direita, não serve de referência. Ele vai se redesenhar porque Bolsonaro não será candidato. E, como se nota, Marçal continuará a atazanar a vida dos reaças.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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