Justiça penhora doações feitas à igreja de Valdemiro por dívida de R$ 12 mi
A Justiça paulista determinou o bloqueio dos pagamentos feitos à Igreja Mundial do Poder de Deus realizados por meio de cartões eletrônicos. E também a penhora de valores que a igreja tenha a receber em razão da monetização do perfil "Apóstolo Valdemiro Oficial" no Youtube, que tem 862 mil inscritos e dispõe de mais de mil vídeos.
A decisão foi tomada em um processo no qual a igreja, fundada em 1998 pelo apóstolo Valdemiro Santiago, é cobrada por uma dívida em honorários com um escritório de advocacia calculada em cerca de R$ 12,6 milhões. Cabe recurso.
O juiz Marcos Duque Gadelho Júnior determinou na decisão que a operadora Getnet deposite mensalmente 10% dos valores a serem recebidos pela igreja em uma conta judicial até que o valor da dívida seja atingido.
De acordo com dados do processo, por meio da Getnet, a Mundial recebeu R$ 24,3 milhões entre dezembro de 2022 e novembro de 2023. As maquininhas são usadas nos templos para o recebimento das doações e outros pagamentos feitos pelos fiéis.
O que diz a Igreja Mundial
A Igreja Mundial, que questiona os valores cobrados, tentou evitar a penhora argumentando que a decisão afeta as suas atividades, "pois sofrerá sérios impactos financeiros" e que terá ainda mais dificuldades "para cumprir a folha de pagamento dos seus funcionários".
Disse que sua receita é composta basicamente por contribuições voluntárias de fiéis e que estas doações não podem ser penhoradas de acordo com a legislação.
A Mundial afirmou ainda à Justiça que ofereceu bens para a quitação da dívida.
Fundada em Sorocaba por Valdemiro, um dissidente da Igreja Universal, a Mundial é alvo atualmente de uma série de cobranças por dívidas na Justiça. A crise, de acordo com a igreja, foi potencializada pela pandemia do coronavírus e o fechamento dos templos em razão das medidas de restrição social.
Reportagem
Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
Deixe seu comentário