Rogério Gentile

Rogério Gentile

Siga nas redes
Só para assinantesAssine UOL
Reportagem

Justiça proíbe concorrente da Estrela de vender jogo de tabuleiro Detective

A Justiça de São Paulo proibiu a empresa Galápagos de vender o famoso jogo de tabuleiro Detective.

A determinação foi dada em um processo aberto pela Brinquedos Estrela, que diz ser a titular da marca no Brasil e comercializa desde os anos 70 o Detetive, sem a letra "c".

A Estrela afirmou à Justiça que a Galápagos "induz o consumidor a erro, copiando as características" do seu brinquedo e "imitando a marca legalmente registrada, em situação que é absolutamente ilegal".

"Trata-se de concorrência desleal, que desvia a clientela e causa incalculáveis prejuízos", declarou a Estrela na ação.

Em sites de venda na internet, o produto da Estrela custa cerca de R$ 80. Já o Detective, da Galápagos, é encontrado por cerca de R$ 380.

O que diz a Galápagos

Na defesa apresentada à Justiça, a empresa disse que o seu produto atua em um nicho diferenciado, com preço condizente com a sua qualidade. Afirmou se tratar de um jogo de autoria do conhecido desenvolvedor polonês Ignacy Trzewickzek, "tendo obtido diversos prêmios mundiais".

A empresa disse no processo que o seu produto "tem luz própria e fama internacional e que usa a mesma marca Detective, em inglês, "pela qual é conhecida e comercializada no mundo inteiro".

A Galápagos afirma ainda que o seu produto não é um brinquedo, mas um jogo destinado a colecionadores maiores de 16 anos. "Os produtos sequer competem entre si, uma vez que os preços são diametralmente distintos."

Continua após a publicidade

A empresa afirmou ainda que a Estrela não é a real detentora da marca Detetive, que pertenceria à empresa Hasbro International, e citou existir uma disputa judicial entre elas. Ou seja, segundo a Galápagos, a Estrela nem mesmo tem legitimidade para processá-la.

A Galápagos é uma empresa fundada por brasileiros que atualmente pertence ao grupo Asmodeé, um dos maiores conglomerados mundiais de jogos de tabuleiro.

Decisão da juíza

A juíza Marina Dubois Fava não aceitou a argumentação e citou que a Estrela possui o registro da marca Detetive junto ao Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), ressaltando não haver ainda uma decisão definitiva na disputa entre a Estrela e a Hasbro.

Afirmou que a diferença entre os nomes "Detetive" e "Detective" é "ínfima" e causa confusão no público, o que caracteriza "a concorrência desleal". Além de não poder mais usar o nome "Detective", a Galápagos, de acordo com a sentença, terá de pagar uma indenização por danos morais de R$ 10 mil e outra por danos materiais em valores a serem calculados em uma perícia com base nos prejuízos da Estrela.

A empresa ainda pode recorrer.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Deixe seu comentário

Só para assinantes