Justiça condena por tráfico médico que guardou em casa cocaína do PCC

O médico Alexandre Ribeiro, de 56 anos, acusado de ligação com a facção criminosa PCC, foi condenado a uma pena de oito anos e nove meses de prisão pela Justiça de São Paulo.
Alexandre é irmão de Wagner Ribeiro, um dos mais conhecidos agentes de jogadores do futebol brasileiro.
Em outubro de 2021, a polícia encontrou 62,3 quilos de cocaína em sua casa em um condomínio de luxo no Jardim Acapulco, no Guarujá. A droga era avaliada em R$ 7,5 milhões.
De acordo com a denúncia feita pelo Ministério Público, a droga foi apreendida após uma campana policial na qual membros da facção foram vistos frequentando a residência do médico.
A cocaína estava, segundo a polícia, em dois quartos da casa, um deles temático do Corinthians, no qual o médico guardava relíquias do seu time de futebol.
O juiz Thomaz Farqui disse que, "embora já rico, o médico resolveu aumentar seu patrimônio por meio da venda de drogas e do envolvimento com a maior organização criminosa do país".
De acordo com a sentença, os 62,3 quilos de cocaína seriam suficientes "para abastecer os pontos de tráfico de toda a região metropolitana da Baixada Santista, com deletérios efeitos em milhares de pessoas".
Chamado de "perigoso traficante" pelo juiz na decisão, Alexandre ainda pode recorrer.
Ele atualmente está preso em razão de um outro processo no qual é acusado de ter facilitado o assassinato de um paciente em um hospital em que trabalhava, a mando do PCC.
Na defesa apresentada à Justiça, ele colocou em dúvida o fato de a droga ter sido encontrada em sua casa, destacando que não havia ninguém no imóvel quando policiais cumpriram o mandado de busca e apreensão.
"Os policiais supostamente acharam as drogas no interior da casa", afirmou seu advogado no processo. De acordo com a defesa, os pacotes de cocaína apresentados como prova do crime eram diferentes uns dos outros, sem padronização alguma. "Parecem um catadão de apreensões anteriores."
O médico disse ainda que, se, de fato, foram achadas drogas na sua casa, elas não lhes pertenciam. Disse acreditar que seriam de propriedade de duas pessoas que estavam hospedadas à época em sua residência.
Ele declarou que acusação de tráfico de drogas é injusta e que não tem envolvimento algum com o PCC.
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