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Kassio Nunes bateu o pé e levou a melhor porque Bolsonaro está fraco
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As negociações entre o presidente Bolsonaro e os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para escolha dos indicados às duas vagas de ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) mostram que a Justiça brasileira está tomada pela política.
Conforme revelou a colunista do UOL Juliana Dal Piva, Nunes Marques, do STF, bateu o pé e conseguiu vetar o nome preferido por Bolsonaro para uma das vagas, o desembargador Ney Bello, do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região).
Bello também contava com o apoio de Gilmar Mendes e do advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef. Mas a pressão de Nunes Marques falou mais alto e Bolsonaro indicou Paulo Sérgio Domingues do TRF-3, que tinha o apoio de outro ministro do STF, Dias Toffoli.
E por que Nunes Marques conseguiu dobrar Bolsonaro? Porque o presidente está fraco, já não se mostra com tanta expectativa de se reeleger, como chegou a ter tempos atrás. E Nunes Marques tem-se mostrado o ministro mais fiel a Bolsonaro.
Se o presidente perdesse o apoio do ministro, perderia um voto que pode ser decisivo, caso Bolsonaro não se reeleja e sofra tantos processos como se acredita que sofrerá fora do governo.
A outra vaga ficou para Azulay Neto, do TRF-2, que teria o apoio dos filhos de Bolsonaro, do centrão e de Wassef. Ou seja, também por motivação política.
Ministros do STF tentam indicar integrantes de tribunais que estão degraus abaixo na escala do Judiciário para simplesmente aumentar seus poderes de influência. E os nomes precisam de apoio de partidos políticos porque serão submetidos à aprovação do Congresso.
No caso dessas vagas, Bello também tinha apoio do centrão. Resta saber se, por causa disso, o indicado Domingues perderá apoio durante a sabatina a que será submetido no Senado.
Por conta dessa misturada de interesses, a Justiça foi se imbricando mais e mais na política. Com o Mensalão e a Lava Jato, a misturada acabou virando o país de cabeça para baixo.
O resultado é que o Judiciário se tornou tão culpado quanto o Executivo e o Legislativo pela crise econômica, política e moral que o país vive no momento.
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