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Tales Faria

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Bolsonaro agora torce que votos perdidos de Ciro migrem para Simone Tebet

Colunista do UOL

30/09/2022 09h52

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Publicamente, os bolsonaristas ainda insistem que o presidente Jair Bolsonaro (PL) venceu o debate da TV Globo que entrou pela madrugada desta sexta-feira, 30. Dizem até que o presidente pode ser eleito no primeiro turno. Mas a verdade é que nem as pesquisas internas da campanha dizem isto.

A avaliação dos levantamentos encomendados pelos aliados próximos de Bolsonaro é de que o presidente não se saiu tão bem assim, mas que há uma esperança de chegar ao segundo turno. Aí o jogo recomeçaria. Essa esperança, por incrível que pareça, chama-se Simone Tebet.

Os trackings e as pesquisas qualitativas encomendadas pelos bolsonaristas disseram que a candidata do MDB foi a grande vitoriosa do debate e que Bolsonaro não foi tão bem quanto precisava. Também não foi bem o candidato do PDT, Ciro Gomes.

Os bolsonaristas tinham esperança de que Ciro se saísse melhor, evitando a migração de seus votos para Lula. Se essa migração ocorrer, pode dar a vitória na eleição para o petista no primeiro turno. Mas o mau desempenho de Ciro mantém sobre ele a ameaça de que se torne vítima do chamado voto útil.

A maior esperança de Bolsonaro era receber o voto útil contra Ciro. Mas as pesquisas dos bolsonaristas realizadas durante o debate também apontam que isso será difícil. Com isso, o comando da campanha do presidente agora torce que esse eleitor migre para Simone Tebet em vez de Lula.

As pesquisas quantitativas da campanha de Bolsonaro mostram que há essa possibilidade. A emedebista se saiu bem no debate. Se Tebet - e não Lula - receber os votos desistentes de Ciro, ela joga a eleição para o segundo turno.

Por outro lado, ficou claro no debate que, entre Bolsonaro e Lula, Simone tende para o petista. Ou seja, num eventual segundo turno, ela se tornará uma eleitora importante e deve manifestar voto contra Bolsonaro.

Mas esse é um problema para o futuro para os bolsonaristas. O que vale agora é não deixar Lula liquidar a fatura no próximo domingo, 2 de outubro.