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Comando da campanha salvou Bolsonaro de desastre no caso Jefferson
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Foi o comando da campanha que convenceu o presidente Jair Bolsonaro a abortar a ida do ministro da Justiça, Anderson Torres, à cidade de Comendador Levy Gasparian, neste domingo, 23.
Com isso, evitou-se que a campanha pela reeleição do presidente da República sofresse, na pequena cidade do interior do Rio de Janeiro, um desastre maior ainda do que o que já estava sendo provocado pelo ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ).
É em Levy Gasparian que fica a casa do ex-presidente nacional do PTB, ainda o homem forte do partido. De sua casa ele divulgava vídeos ameaçando atirar nos policiais federais que tentavam cumprir ordens do ministro Alexandre de Moraes para reconduzi-lo a um presídio.
Jefferson havia descumprido regras da prisão domiciliar ao divulgar um vídeo, na semana passada, em que xingou de prostituta a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal.
Ao saber que o ex-deputado e aliado ameaçava atirar nos policiais federais, Bolsonaro mandou seu ministro para a cidade a fim de negociar pessoalmente a prisão do amigo.
Quando o Anderson Torres já estava a caminho, o presidente deu ordem para ele não desembarcar em Levy Gasparian. Bolsonaro foi convencido pelo comando da campanha de que a presença do ministro seria "uma loucura", com reflexos eleitorais "desastrosos" para o presidente.
Bolsonaro se envolveria pessoalmente no caso, sem chances de poder negar sua ligação direta com o ex-deputado e suas estripulias.
Jefferson tem se mostrado um dos aliados mais fiéis de Bolsonaro, com quem cultiva uma amizade de longa data. Chegou a apresentar uma ação no Superior Tribunal Militar cobrando ação do amigo contra o maior inimigo de ambos no momento: o Supremo Tribunal Federal (STF).
Mas o ex-deputado acabou atirando contra os policiais federais, atingindo em cheio um dos grupos de eleitores que Bolsonaro mais cultiva: a polícia.
O ministro ficou então na cidade de Juiz de Fora (MG), a 50 quilômetros de Levy Gasparian, de onde comandou a Polícia Federal remotamente.
E Bolsonaro conseguiu então tentar mentir que nada tinha a ver com aquilo que o próprio Jefferson classificou como "um jogo" contra o STF. Em entrevista ao SBT, marcada anteriormente, Bolsonaro declarou que nem sequer se deixava tirar fotos com o ex-deputado. E que quem atira em policiais "é bandido".
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