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Tales Faria

REPORTAGEM

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No debate, assessores querem Bolsonaro no ataque como Haddad, mas cuidadoso

Colunista do UOL

28/10/2022 09h58

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Publicamente, os bolsonaristas afirmam que que o candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) venceu Fernando Haddad (PT) no debate desta quarta-feira, 28, da TV Globo. Reservadamente, no entanto, admitem que o petista se saiu bem melhor.

Tanto que o comando da campanha pela reeleição de Jair Bolsonaro (PL) está cobrando do presidente um comportamento semelhante ao de Haddad na noite desta quinta-feira, no debate presidencial contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Os assessores de Bolsonaro querem que ele seja agressivo contra Lula. No entanto, da mesma forma que Haddad, esperam que o presidente não ultrapasse os limites. A avaliação é que Bolsonaro não pode mais cometer erros até o dia da votação.

Assessores e aliados de Bolsonaro admitem que, neste segundo turno, ele cometeu mais erros que o ex-presidente Lula. O maior deles foi o caso das meninas venezuelanas a quem Bolsonaro chamou de prostitutas e com quem disse que "pintou um clima".

Atribuem a esses erros o fato de o presidente da República ter perdido espaço para Lula nas últimas pesquisas, apesar do bom desempenho no primeiro turno.

Consideram que a situação foi agravada pela atuação de radicais do bolsonarismo, como o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), que disparou granadas e 50 tiros contra policiais que foram reconduzi-lo à prisão.

Também culpam o ministro da Economia, Paulo Guedes, por ter divulgado planos de impedir reajustes reais do salário mínimo e das aposentadorias após as eleições.

A avaliação é de que esses pontos serão explorados no debate pelo adversário. Por isso, os assessores insistem que Bolsonaro tem que estar preparado. O presidente resiste a ensaios, os chamados "media trainings", mas a ideia é tentar convencê-lo.

O problema é que os interlocutores de Bolsonaro têm achado que o presidente anda mais nervoso do que o normal nessa reta final da campanha.

Bolsonaro reclamou muito dos chefes do centrão que não quiseram apoiá-lo na tentativa de adiar as eleições, após o presidente do Tribunal Superior eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, rechaçar suas denúncias segundo as quais rádios do Nordeste não veicularam peças de sua campanha no horário eleitoral gratuito.

Bolsonaro ficou particularmente irritado com o fato de Moraes determinar abertura de investigação contra sua campanha por tentar tumultuar a eleição.

O presidente também se sentiu abandonado pelos comandantes militares que decidiram não acompanhá-lo no pronunciamento da terça-feira, 26, no Palácio da Alvorada, quando pretendia ameaçar com uma ruptura institucional caso as eleições não fossem adiadas.

Bolsonaro acabou falando sozinho, acompanhado apenas pelo general da reserva Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência.

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