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Lula está feliz com disputa entre PT e Haddad por impostos dos combustíveis
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve sair como vitorioso na disputa com a área política do governo sobre a volta de cobrança de impostos sobre combustíveis. De uma maneira ou de outra, ele está conseguindo aprovar a reoneração, o que defendia desde o início.
Mas o Partido dos Trabalhadores conseguiu mostrar que todas as decisões no governo passarão pelo crivo da política, flexibilizando o modelo de cobrança dos impostos. De quebra, a Petrobras foi obrigada a dividir responsabilidades com a política de preços dos combustíveis no país.
O detalhamento da solução definitiva deverá ser anunciado nesta terça-feira (28). Mas na segunda-feira o Ministério da Fazenda antecipou, após reunião no Planalto, que haverá aumento do imposto sobre os combustíveis para arrecadar R$ 28,8 bilhões em 2023.
Não foi revelado o percentual de reajuste nos postos de gasolina e nem dos impostos. Mas foi anunciado que os combustíveis fósseis serão os mais onerados, em vez dos biocombustíveis, como o etanol. E que a Petrobras deverá contribuir com uma diminuição no preço de venda para as distribuidoras, já que houve queda no preço internacional.
Está sendo bom para ambas as partes? Sim. Mas quem está feliz mesmo e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que esteve por trás dos dois lados da disputa, segundo relatam seus interlocutores mais próximos.
Lula deu corda à presidente do PT, Gleisi Hoffmann, nas suas críticas à volta pura e simples dos impostos sobre os combustíveis.
O presidente também incentivou Fernando Haddad a manter de pé a ideia da reoneração, a fim de garantir a entrada de novos recursos no caixa do Tesouro, incluindo um aceno de rigidez fiscal para o "tal do mercado".
Mas o mandatário petista do Planalto, segundo disseram à coluna alguns de seus interlocutores, também cobrou que Haddad estique a corda junto aos agentes financeiros. A ideia é fazer o mercado entender que a prioridade é ajustar as contas com um olho na questão social e outro na questão política.
Esse tripé — contas públicas/comprometimento social/negociação política —, segundo Lula tem dito, será a tônica dos próximos anos de seu governo. Por isso seus assessores mais próximos estão festejando o caminho de solução que está sendo dado à discussão sobre combustíveis.
A versão no Planalto é que Lula está demonstrando controle da economia e da política ao mesmo tempo, sem desprestigiar nenhuma das áreas do governo e ainda se impondo ao mercado.
A verdade é que esta sempre foi a forma de lidar com seus subordinados e aliados mais próximos: incentivar a disputa para ele acabar como o grande árbitro da solução.
Falta agora esperar o detalhamento completo da fórmula de acerto entre as partes da contenda — que deve ocorrer nesta terça-feira (28) — para concluirmos se deu mesmo tudo certo no primeiro grande embate entre a área política e a área econômica do governo.
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