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Tales: Plano homicida contra Lula tem caráter mais violento que golpe de 64

O plano de golpe que previa o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes mostrou-se mais violento do que o golpe militar de 1964, disse o colunista Tales Faria no UOL News desta quarta (20).

Ontem, a Polícia Federal prendeu quatro militares das Forças Especiais, os chamados "kids pretos" e um policial federal suspeitos de envolvimento em um plano golpista contra o resultado das eleições presidenciais de 2022. As investigações da PF expuseram o radicalismo de Mario Fernandes, general da reserva e ex-número dois da Secretaria-Geral da Presidência do governo Bolsonaro. Ele foi um dos detidos na operação.

Esse golpe tem no seu planejamento uma característica homicida mais violenta do que o golpe militar de 1964. Lá atrás, não se planejava a morte de João Goulart, que se mandou do país. Não houve uma violência premeditada como essa, com as mortes do presidente, do vice e de um ministro do STF. É um golpe homicida em sua essência.

Esses homicídios todos, e talvez por aí tenha uma parte da vergonha que está causando na direita e nos próprios aliados de Bolsonaro, foram planejados dentro do Palácio do Planalto, na casa do candidato a vice do Bolsonaro [o general Braga Netto]. A impressão do documento que propunha esse golpe e detalhava como seriam esses homicídios foi feita no Planalto.

Depois, foi conversado sobre esse documento na casa do Braga Netto, com [o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro] Mauro Cid, o general Mario, que o escreveu propondo os assassinatos... É um golpe com características mais violentas do que o planejado em 64. Tales Faria, colunista do UOL

Para Tales, caso o plano golpista fosse cumprido, o resultado seria um regime ditatorial ainda pior que o vivido pelo Brasil após 1964. O colunista destacou a relevância do general Freire Gomes, que se recusou a participar da trama.

Viria uma ditadura pior do que a de 64. Era assim que eles estavam pensando; um perigo. Todos os casos citados têm o envolvimento desses 'kids pretos'. É hora de o governo, militares e Exército pararem para pensar no que farão com os 'kids pretos'. Eles podem continuar existindo?

O general Freire Gomes vai passar para a História como um sujeito extremamente importante para a defesa da democracia. Para dar o golpe, Braga Netto precisava da unanimidade do comando militar. Comandante do Exército, Freire Gomes não aceitou e até correu riscos, porque havia risco de essa gente atentar contra ele. Tales Faria, colunista do UOL

Sâmia: Responsável por golpe, Bolsonaro ameaça democracia e deve ser preso

O ex-presidente Jair Bolsonaro representa uma ameaça à democracia no Brasil e deve ser preso por seu envolvimento direto na trama golpista, afirmou a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP). A parlamentar enviou um ofício ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes pedindo a prisão preventiva de Bolsonaro após as revelações da Polícia Federal sobre a trama golpista que previa os assassinatos de Lula, Alckmin e do próprio Moraes.

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Nós oficiamos o STF, através do ministro Alexandre de Moraes, que está à frente desse inquérito, para chamar atenção e colocar o principal responsável, operador e articulador da tentativa de golpe, que é Jair Bolsonaro e o seu candidato a vice, seu ex-ministro Braga Netto, também como alvo de quem não pode seguir em liberdade.

Há dois artigos no Código Penal que falam sobre o risco à ordem pública de eles permanecerem em liberdade, principalmente Bolsonaro. Ainda que não seja mais presidente, ele segue evidentemente com grau de influência sobre possíveis testemunhas, com possível manipulação sobre fatos que possam levar a uma melhor condução do trabalho da Polícia Federal.

Bolsonaro não é um ator político irrelevante. Ao contrário; ele influencia milhões de pessoas. Não é à toa que tanto Flávio quanto Eduardo Bolsonaro, ao serem questionados sobre a operação da Polícia Federal, não negaram. Eles só tentaram convencer a sociedade de que não seria crime o desejo de matar alguém.

Evidentemente, não se trata de um desejo. Há uma série de provas de que, de fato, arquitetaram, chegaram a tentar fazer isso contra o presidente, o vice e o ministro. Já estão repercutindo socialmente essa orientação por parte do Jair Bolsonaro. Sâmia Bomfim, deputada federal (PSOL-SP)

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