Tales Faria

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Em despedida, Flávio Dino sugere a subordinados que deve voltar à política

O ministro da Justiça, Flávio Dino, deixou no ar para funcionários de seu gabinete o desejo de voltar à política após se aposentar como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Foi o que entenderam seus subordinados após a fala de Dino ao grupo, na noite desta quarta-feira (13), quando teve aprovada pelo Senado sua indicação a ministro do STF.

Dino completou 55 anos de idade em abril e será obrigado a se aposentar da Suprema Corte aos 75 anos. No discurso ele afirmou:

"Vou me esforçar muito nessa nova etapa da vida, que eu espero que não seja a última. Porque sou um otimista. 75 anos estão logo ali. Se o presidente Lula diz que, com 78 anos, ele está jovenzinho, por que não eu?"

Ele arrematou:

"Nessa nova etapa, é claro que vou me esforçar muito para honrar muito o carinho a confiança de vocês e honrar o Maranhão. [O Maranhão] que é, de fato, um local muito especial da minha vida, porque tudo iniciou lá, tudo se dá a partir dali e tudo se dá em razão do meu compromisso com o nosso estado. Sobretudo com a população mais carente, os que mais precisam."

Em outro momento do discurso, Dino afirmou:

"Claro que gosto muito da política. Vou ter que dar um jeito de arrumar micaretas."

O ministro informou aos subordinados que continuará no cargo até completar a transição para seu sucessor.

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Ele disse que nesta quinta-feira se encontrará com o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, para acertar detalhes da posse na Corte, o que provavelmente deverá ocorrer no ano que vem.

"Eu prometo cantar", brincou.

Ele também disse que se encontrará com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Eleito senador, Dino passou apenas alguns dias no cargo, antes de assumir como ministro da Justiça.

"Eu não posso ter sido senador sem subir naquela tribuna. Vou ver com os presidentes Barroso e Pacheco um jeito de subir lá. Nem sei quando. Vou lá para poder homenagear o Brasil, os brasileiros, os verdadeiros patriotas, que somos nós. Nós somos os patriotas", discursou como se já estivesse de volta à política.

Ainda sem toga, Flavio Dino cobrou de seus subordinados que preparem sua despedida em cima de uma "micareta dessas de comício e carreata, de preferência a uma da tarde, com 42 graus, que eu só gosto assim".

Ele continuou brincando: "Se não for assim, camarão não tem graça".

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E se despediu deixando em todos a impressão segura de que, cedo ou tarde, voltará às campanhas eleitorais. Seja para presidente da República, para governador do Maranhão, ou qualquer outro cargo público. Queiram ou não o PT e os bolsonaristas.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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