Bolsonaro ameaçou desobedecer ordem de Moraes
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Disse o presidente Jair Bolsonaro à saída do Palácio da Alvorada hoje pela manhã:
"Ontem quase tivemos uma crise institucional. Quase, faltou pouco".
A decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes de suspender a nomeação do delegado Alexandre Ramagem para a direção da Polícia Federal elevou a voltagem no Palácio do Planalto a um nível nunca visto, mesmo pelos assessores mais calejados.
O que seria o "quase" a que o presidente se referiu?
Bolsonaro queria simplesmente desobedecer a liminar do ministro do Supremo e manter a nomeação do delegado amigo da família à revelia da sua decisão. Dito de outra forma, queria que o Executivo confrontasse o Judiciário — e a isso se dá o nome de crise institucional.
Explicaram ao presidente que a atitude seria inútil do ponto de vista prático, já que, diante da liminar do ministro Moraes, todos os atos de Ramagem na Policia Federal ficariam invalidados do ponto de vista legal. O delegado tomaria posse mas ficaria impedido de tomar qualquer ação. Fora o estrago institucional que um ataque dessa monta iria causar.
Bolsonaro rendeu-se aos argumentos dos bombeiros.
Mas, hoje, diante do Palácio da Alvorada, deixou claro o seu inconformismo. "Não engoli essa", afirmou.
A fala do presidente já fez efeito. Fotos de Moraes ao lado de tucanos como Geraldo Alckmin, João Dória e Bruno Covas já circulam no Twitter e no Instagram, e são só o início do massacre virtual que sofrerá o ministro daqui em diante.
Por enquanto, Bolsonaro soltou seus pitbulls contra Moraes.
O STF corre o risco de ser a próxima presa.
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