Bolsonaro compra tempo com o coronavoucher
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Bolsonaro está apanhando nas redes.
Desde a prisão de Fabrício Queiroz, na quinta-feira, a militância virtual do presidente na internet recuou. No dia seguinte ao achado do ex-assessor na casa do advogado da família Bolsonaro, os posts críticos ao presidente no Twitter chegaram a 1,4 milhão - 19 vezes mais que o número de mensagens publicadas pela rede bolsonarista. Os números são da agência Bites.
Lavada parecida só havia sido detectada no dia da saída do ex-juiz Sérgio Moro do governo. Na ocasião, os bolsonaristas tiveram um momento de perplexidade e, como agora, deixaram o campo livre para a oposição. Mas logo voltaram com tudo. O humor das redes é volúvel.
Já no mundo real, outra pesquisa detectou resultado bem diferente.
Ela foi feita por um instituto de opinião pública com 1 550 brasileiros de todas as regiões do país entre os dias 17 e 19 - incluiu, portanto, o estouro da prisão de Queiroz, ocorrida no dia 18.
O resultado: o governo Bolsonaro ganhou três pontos na categoria "ótimo e bom".
O crescimento da avaliação positiva se deu em relação ao último levantamento do instituto, feito há duas semanas - duas semanas de cão para o presidente, diga-se. Revezes na Justiça, prisão de militante e ações judiciais contra blogueiros e deputados bolsonaristas foram só algumas das tormentas que se abateram sobre o presidente no período.
Mesmo assim, o governo Bolsonaro cresceu aos olhos da opinião pública (a avaliação de ruim e péssimo diminuiu 7 pontos e a de regular subiu 4, segundo a pesquisa).
O motivo, claro, é o coronavoucher. Todas as movimentações favoráveis ao governo partiram das classes D e E, as principais beneficiadas pelo auxílio emergencial de 600 reais distribuído pelo governo desde abril a 50 milhões de pessoas e agora prorrogado por dois meses.
O coronavoucher segura a corrosão da popularidade do governo Bolsonaro. Um governo que, no campo administrativo, há tempos se limita a gerenciar crises. E que, no front político, vê sua aposta mais ousada, o Centrão, dar mostras de que o apoio conquistado a peso de ouro pode não ser tão incondicional assim se Bolsonaro afundar junto com seu filho Flávio na lama da rachadinha.
Mas em breve o presidente terá de decidir o destino do benefício - acabar com ele fará a avaliação de seu governo despencar. Mantê-lo ou torná-lo permanente significará perder de vez o norte do equilíbrio fiscal.
Bolsonaro compra tempo com o coronavoucher.
Ele é o auxílio emergencial do presidente.
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