A popularidade de Bolsonaro nunca esteve tão alta e nem tão perto de cair
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A popularidade do governo Bolsonaro pode estar próxima de uma inflexão.
Pesquisa feita pelo instituto Ideia Big Data em conjunto com o grupo Exame, divulgada ontem, mostra que a aprovação da gestão Bolsonaro chegou a 40% — a mais alta deste ano.
Apesar disso, uma parte significativa dos brasileiros que avaliava o seu governo como "ótimo" e "bom" passou a considerá-lo apenas "regular". Ou seja: a aprovação do governo subiu, mas sua avaliação piorou.
Para entender essa aparente contradição - e o motivo pelo qual ela é uma má notícia para o presidente—é preciso levar em conta uma sutileza metodológica.
Quando o pesquisador pergunta ao entrevistado se ele "aprova" ou não o governo, a resposta só pode ser "sim" ou "não".
Já quando a questão é sobre como ele "avalia" esse mesmo governo, as opções são cinco: "ótimo", "bom", "regular", "ruim" e "péssimo".
Assim, entre os entrevistados que dizem APROVAR o governo, há quem o AVALIE como "ótimo", "bom" ou mesmo "regular".
E, entre os que afirmam DESAPROVÁ-LO, existem os que também o consideram "regular" - além de "ruim" e "péssimo.
Ocorre que, na pesquisa Ideia/Exame feita duas semanas atrás - antes, portanto, da redução do valor do auxílio emergencial e da subida dos preços da cesta básica—, a quase totalidade dos que diziam aprovar o governo era composta por entrevistados que o avaliavam como "ótimo" ou "bom".
Agora, pela primeira vez, o time dos que aprovam a gestão Bolsonaro é quase metade formado por brasileiros que a consideram apenas "regular".
E o que significa isso? Responde Mauricio Moura, CEO do Ideia Big Data e professor da George Washington University: "Significa que, a partir de agora, a popularidade do governo está sujeita a uma maior volatilidade". Isso porque, diz Moura, "o pessoal do 'regular' é o pessoal que se movimenta — para cima ou para baixo".
E no atual momento do governo Bolsonaro - com inflação e desemprego com viés de alta— esse público tende a se movimentar mais para baixo ("ruim" e "péssimo") do que para cima ("ótimo" e "bom").
Para garantir sua ida ao segundo turno das eleições, Bolsonaro precisa ter em torno de 35% das intenções de voto.
Manter-se acima desse piso será de agora em diante o desafio e o norte do ex-capitão.
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