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Definido o novo ministro, Moraes decidirá se vai para "turma da Lava Jato"
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O ministro Alexandre de Moraes não está com pressa para decidir se muda ou não para a Segunda Turma do STF, conhecida como a "turma da Lava Jato" por abrigar a parte que restou dos processos ligados à operação.
Segundo interlocutores do ministro, que atualmente integra a Primeira Turma do tribunal, ele deve esperar a aprovação do nome do novo magistrado para fazer a sua opção.
Do ponto de vista pessoal, a transferência teria prós e contras: se significa participar de um colegiado com ações importantes e de grande repercussão, também implica riscos — como o de fazer com que o ministro, em caso de discordância, entre em rota de colisão com o ferino, e hoje decano do STF, Gilmar Mendes.
A decisão de Moraes é aguardada com apreensão não apenas por políticos enroscados na Lava Jato, mas também pelo clã Bolsonaro.
É na Segunda Turma que está a ação que irá definir se o senador Flávio Bolsonaro, filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro, tem direito a foro privilegiado no caso da rachadinha.
Se o julgamento do caso Flávio (adiado no mês passado) ocorresse hoje, muito provavelmente resultaria em empate. Isso porque Gilmar Mendes e Kassio Nunes Marques — dois dos atuais quatro integrantes da Segundo Turma, que tem ainda Ricardo Lewandowski e Edson Fachin— são sabida e declaradamente favoráveis ao pleito do réu, de fazer uso do foro privilegiado a fim de escapar das garras de juízes da primeira instância.
Já a entrada de André Mendonça na Segunda Turma representaria a esperança do clã de contar com um voto de desempate em benefício de Flávio.
E é esse o jogo que Alexandre de Moraes pode melar caso requisite para ele a vaga disponível na turma da Lava Jato. Neste momento, esse lugar pertence ao novato indicado por Bolsonaro. Mas se Moraes formalizar o pedido de transferência à presidência da Corte antes da posse do novo ministro, fica com a cadeira.
A sabatina de André Mendonça, para ansiedade dos Bolsonaro, segue sem data.
Até que ela aconteça, Alexandre de Moraes — que já foi xingado e achincalhado publicamente pelo presidente e seus três filhos mais velhos— seguirá pensando, e palitando os dentes.
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