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Bolsonaro está dando uma "virada" nas pesquisas e pode ultrapassar Lula?
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Sem exceção, todas as pesquisas divulgadas desde janeiro mostraram uma melhora na popularidade do presidente Jair Bolsonaro.
A de ontem, do Ipesp, e a de hoje, da Genial/Quaest, seguem na mesma linha e apontam para as mesmas conclusões: a distribuição do Auxílio Brasil e o encolhimento da terceira via —que empurrou de volta para casa bolsonaristas desgarrados— têm sido os principais motivos da recuperação de popularidade do ex-capitão, ainda atrás de Lula.
Esse vetor positivo de Bolsonaro se manterá? A melhora pode resultar numa virada nas pesquisas?
A resposta para a primeira pergunta é sim.
Em não havendo grandes imprevistos pelo caminho, a tendência é de que Bolsonaro — o incumbente, o senhor da máquina do governo e o ainda único catalisador do antipetismo— continue melhorando nas pesquisas (sobretudo se Lula, por motivos ainda incompreensíveis, continuar ativando a rejeição do eleitorado ao seu partido por meio de frases incendiárias como as que se viram nesta semana).
Já sobre a pergunta se Bolsonaro pode "virar" o barco de Lula até outubro, aí já são outros quinhentos.
Hoje, cerca de 20 pontos separam o petista do presidente num eventual e cada vez mais provável segundo turno. Quanto mais se aproximar esse momento do confronto direto entre os dois candidatos, mais o aumento ou encurtamento da diferença entre eles dependerá da resposta do eleitor a um especial quesito das pesquisas de opinião: a aprovação ou desaprovação do governo — ou, em última análise, se o eleitor quer ou não mais quatro anos de governo Bolsonaro. "Esta é a grande pergunta destas eleições", afirma Maurício Moura, CEO do Instituto Ideia.
E, dentre todas as respostas a essa pergunta-chave, terão especial peso as que vierem do Sudeste.
Isso porque, grosso modo, as regiões Sul e Centro-Oeste já se decidiram: são esmagadoramente Bolsonaro. Da mesma forma, o Nordeste e (em menor peso e intensidade) o Norte são Lula.
Assim, será o Sudeste, o maior colégio eleitoral do país, a região que deverá fazer as vezes de fiel da balança num eventual segundo turno. Lá, forças poderosas e contraditórias se digladiarão: o intenso antipetismo e a grande rejeição a Bolsonaro.
E, para azar do ex-capitão, é também o Sudeste a região mais castigada pelos efeitos da pandemia e da economia — onde o desemprego e a perda de renda se fazem mais evidentes. Sendo a economia, portanto, a principal pedra no sapato de Bolsonaro nesta eleição, a continuar no seu estado atual, dificilmente haverá virada à vista para o presidente.
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