Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
Na prévia dos ataques na TV, Lula se sai melhor que Bolsonaro, diz pesquisa
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Esta é parte da versão online da edição desta segunda-feira (20) da newsletter da Thaís Oyama — um radar das pesquisas: o que está por trás dos números que apontam os rumos dessas eleições. Na newsletter completa, apenas para assinantes, a colunista traz o resultado de uma série de estudos do Instituto Locomotiva que antevê os principais lances da campanha eleitoral na TV entre Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro e a reação dos eleitores a eles. Inscreva-se para receber a newsletter, que inclui a coluna "Em off".
********
Uma prévia dos ataques na TV e de como o eleitor reagirá a eles
Quando a campanha começar para valer e a propaganda eleitoral de Jair Bolsonaro investir nos ataques a Lula com base, principalmente, nos episódios de corrupção do PT, o ex-presidente poderá cair significativamente nas pesquisas?
Para responder a essa e outras perguntas sobre os temas que serão abordados pelos dois principais candidatos no horário eleitoral e como os eleitores irão reagir a eles, o Instituto Locomotiva agregou análises, estudos qualitativos e testes de argumento feitos por diferentes empresas de pesquisa.
A conclusão é melhor para Lula do que para Bolsonaro.
Pior cena para Lula é a da audiência com Moro; para Bolsonaro, a da "falta de ar"
Num dos trabalhos analisados, grupos de eleitores foram expostos a quatro filmes produzidos com base nas mais prováveis acusações que cada candidato fará contra o seu oponente no horário eleitoral da TV.
Dois dos filmes focavam em pontos fracos de Lula frequentemente citados por eleitores em pesquisas qualitativas: os casos de corrupção envolvendo o PT e a proximidade do partido com governos de esquerda, exemplificada pelos empréstimos feitos nas gestões petistas a países como Cuba e Venezuela.
Os outros dois vídeos miravam as principais vulnerabilidades de Bolsonaro, também segundo apontam mais frequentemente os eleitores: o comportamento do presidente na pandemia de coronavírus e o seu papel na crise econômica por que passa o país.
No caso do filme "contra Lula", as cenas que mais suscitaram críticas e sentimentos negativos em relação ao petista foram: a que mostrou o ex-presidente como réu na Lava Jato, em audiência diante do ex-juiz Sérgio Moro; e a em que o locutor dizia que o PT emprestou para a Venezuela "dinheiro que poderia ter investido no Brasil".
No filme "contra Bolsonaro", as imagens que mais provocaram reações contrárias ao presidente foram: a cena em que o ex-capitão imita um paciente de covid com falta de ar, depois de dizer que "todos vamos morrer"; e a em que, no cercadinho do Palácio da Alvorada, ele diz a um admirador: "Chefe, o Brasil tá quebrado, chefe. Eu não consigo fazer nada."
"Cristaliza-se a impressão de que Bolsonaro não dá conta de governar"
A análise das reações dos eleitores aos quatro filmes levou o instituto Locomotiva às seguintes conclusões:
- Menos de um quarto dos eleitores expostos aos vídeos declarou disposição de mudar de voto depois de assisti-los. Desses eleitores, nenhum migrou de Lula para Bolsonaro ou vice-versa. "Isso é um indicativo de que os votos nesses nomes estão consolidados e dificilmente haverá transferência de votos de um para o outro", diz Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva.
- No grupo dos eleitores que não votam nem em Lula nem em Bolsonaro, as imagens que mostraram o comportamento do presidente diante da pandemia foram as que, de longe, provocaram as reações negativas mais fortes. Em segundo lugar --na escala de intensidade dos sentimentos negativos provocados pelas imagens dos filmes--, veio a atitude do presidente diante da crise econômica. Segundo Meirelles, isso demonstra que "cristaliza-se a impressão entre os eleitores nem-nem [que não votam em Lula nem em Bolsonaro] de que o presidente terceiriza responsabilidades e não dá conta de governar".
- Já os episódios de corrupção no governo petista mostrados nos vídeos tiveram impacto relativamente baixo no grupo dos nem-nem. "A corrupção é, sem dúvida, o ponto fraco de Lula, mas, como tema de campanha, é proporcionalmente menos sensível para ele do que é a pandemia e a economia para Bolsonaro", diz Meirelles. "Não será, portanto, a corrupção que irá tirar votos do candidato petista", afirma o pesquisador.
********
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.