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Thaís Oyama

REPORTAGEM

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Respostas espontâneas indicam: eleição será apertada

 Lula e Bolsonaro: indicador de voto espontâneo sugere que diferença entre os dois deve diminuir, não aumentar -                                 RICARDO STUCKERT E ISAC NóBREGA/PR
Lula e Bolsonaro: indicador de voto espontâneo sugere que diferença entre os dois deve diminuir, não aumentar Imagem: RICARDO STUCKERT E ISAC NóBREGA/PR

Colunista do UOL

14/09/2022 04h00

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Respostas espontâneas indicam: eleição será apertada

"É hora de olhar para as respostas espontâneas, e o que elas dizem é que a disputa entre Lula e Bolsonaro será mais apertada do que se supunha".

A afirmação, do cientista social Felipe Nunes, diretor da Quaest, se refere ao tipo de resposta que o entrevistado dá quando perguntado sobre em quem ele pretende votar sem que lhe seja apresentado uma cartela com nomes, como ocorre na pesquisa estimulada.

Na última rodada da Genial/Quaest, divulgada na semana passada (*), a pesquisa estimulada mostrou que o ex-presidente Lula (PT) manteve os 44% de intenções de votos que tinha no levantamento anterior, enquanto Bolsonaro oscilou dois pontos para cima e ficou com 34%.

Com exceção da pesquisa Ipec, divulgada anteontem, os maiores institutos, incluindo FSB, Datafolha, Ipespe e Ideia, divulgaram resultados semelhantes aos da Quaest na semana passada, em que Lula mantém a estabilidade e Bolsonaro oscila positivamente.

Na espontânea, vantagem de Lula sobre Bolsonaro cai pela metade

A vantagem de Lula sobre Bolsonaro na pesquisa estimulada da Quaest é, portanto, de 10 pontos percentuais. Ocorre que, na pesquisa espontânea do mesmo instituto, a dianteira do petista cai para metade. Quando o eleitor responde em que candidato vai votar sem consultar nenhuma lista de nomes, Lula fica com 34% de intenção de votos e Bolsonaro, 29% — uma diferença de apenas 5 pontos percentuais.

Segundo Nunes, é para esses últimos números que se deve olhar agora.

Por que a espontânea é mais confiável que a estimulada neste momento?

A menos de vinte dias da eleição, o percentual de conhecimento de todos os principais candidatos à Presidência já ultrapassa 50%.

Essa porcentagem, considerada elevada, diminui as chances de o entrevistado ter deixado de mencionar um nome apenas por desconhecer sua existência — e aumenta a possibilidade de a resposta refletir de fato o candidato da sua preferência.

"A resposta espontânea tende a revelar um voto pensado, convicto. Isso faz dela o melhor indicador do que vai acontecer na urna", diz o cientista social.

Esse raciocínio leva à conclusão de que, a partir de agora, a tendência não é de a distância entre Lula e Bolsonaro aumentar, mas de diminuir, como mostram as respostas espontâneas. "O que esse indicador prenuncia é que vem por aí uma disputa acirrada", afirma Nunes.

(*) (*) Nova pesquisa Genial/Quaest divulgada hoje, 14, mostra que a vantagem de Lula na pesquisa estimulada caiu para 8 pontos percentuais. Na espontânea, o candidato do PT ficou com 33% e Jair Bolsonaro, 29%, o que configura empate técnico

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