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Em Minas, Rodrigo Pacheco atua ao lado de Lula na "batalha dos ônibus"
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Nas mãos de um aliado político de Lula em Minas Gerais, está uma lista com os nomes dos mais de 850 prefeitos do estado. Ao lado de cada um, o político anotou uma observação diferente.
"Amigo" significa que o prefeito está com Lula.
"Não adianta" significa que está fechado com o adversário, Jair Bolsonaro.
Numa terceira categoria estão os prefeitos que o PT considera que vale a pena investir. Ao lado destes nomes, está a anotação "Rodrigo Pacheco".
O presidente do Senado entrou de cabeça na guerra que travam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Jair Bolsonaro pelos votos do segundo maior colégio eleitoral do país.
Celular em punho, Pacheco, filiado ao PSD de Gilberto Kassab, tem telefonado diariamente a prefeitos para pedir apoio ao petista e, sobretudo, a liberação do transporte gratuito para os eleitores no dia 30.
Franquear ou não o transporte público no dia da eleição é ato facultativo que cabe às autoridades municipais.
No primeiro turno das eleições deste ano, Minas teve taxas recordes de abstenção. Em cidades com alto número de moradores na zona rural, como Rio Vermelho e Santo Antônio do Itambé, mais de 40% dos eleitores deixaram de ir às urnas. A porcentagem é quase o dobro da média de abstenção nacional, de 20,9%.
Sabendo que reduzir as taxas de abstenção em Minas é vital para o PT — que tem a maior parte do seu eleitorado concentrado entre os mais pobres— a campanha de Bolsonaro tem se esforçado para pressionar prefeitos a "não carregar" eleitores no dia 30.
A "recomendação" tem sido um dos principais assuntos entre o governador reeleito Romeu Zema (Novo), agora apoiador de Bolsonaro, e prefeitos aliados. No último dia 14, Zema reuniu 600 deles em Belo Horizonte.
Se o governador é considerado a maior arma de Bolsonaro em Minas, Rodrigo Pacheco é a resposta petista a Zema.
Mas sua importância, para o PT, vai bem além de alavancar votos no estado que tem a fama de definir os destinos do país.
Se eleito, Lula terá que se ver no Congresso com o arqui-poderoso presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), com quem ou bem decidirá compor ou bem decidirá lutar. No segundo caso, ter Pacheco cerrando fileiras ao seu lado será crucial, já que entre os poderes do presidente do Senado está o de represar a liberação das emendas de relator, sem as quais o plano de reeleição de Lira corre o risco de naufragar.
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