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Temendo perda de capital político, Valdemar apela a Bolsonaro para que aja
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O objetivo da ida de Valdemar Costa Neto ao Palácio do Planalto nesta manhã foi pedir a Jair Bolsonaro que "saia da toca".
O presidente do PL disse a interlocutores temer que o ex-capitão "perca capital político" com o seu auto-imposto silêncio — um risco desde ontem agravado pela revelação de que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL) se diverte no Qatar enquanto apoiadores de seu pai, inconformados com o resultado das eleições, acampam em frente a quartéis clamando por um golpe militar (uma coisa é expor-se ao ridículo, outra, bem pior, é sentir-se ridículo, o que, graças ao deputado, ocorreu a muitos bolsonaristas a contar pelos impropérios registrados nas redes sociais).
Valdemar quer que Bolsonaro "faça gestos" sinalizando a sua disposição de "assumir a liderança da oposição".
Entre esses "gestos" estaria o comparecimento do presidente ao jantar da bancada do PL previsto para hoje à noite, em Brasília, e a volta das suas manifestações políticas em redes sociais (deputados bolsonaristas defendem mesmo que o, em breve, ex-presidente ocupe cadeias de rádio e televisão).
Mas o que o cacique do PL quer, e precisa de fato, é que Bolsonaro se engaje na batalha pela ocupação das preciosas cadeiras na Mesa Diretora da Câmara e da presidência das comissões.
A eleição das chapas para a Mesa e as nomeações para o comando das comissões permanentes da Câmara ocorrem em fevereiro e o PL já disputa com o PT ao menos dois postos estratégicos: a primeira vice-presidência da Câmara e a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Valdemar quer que Bolsonaro trabalhe em prol dos interesses do PL mobilizando para a votação não apenas deputados da sua sigla, mas também bolsonaristas espalhados pelo PP, Republicanos e União Brasil.
O presidente do PL tem grandes planos para o seu partido, e todos passam por Bolsonaro.
O cacique sonha em ver o ex-capitão subindo em palanques no ano que vem, de mãos erguidas com os seus candidatos às eleições municipais. Projeta que, com isso, conseguiria triplicar o número de prefeitos do seu partido — os cerca de 300 atuais virariam 900.
Valdemar é o primeiro a reconhecer que quem fez da sua legenda a maior da Câmara e do Senado foi Bolsonaro, sua galinha dos ovos de ouro.
O problema é que, neste momento, ela não está querendo chocar. E é desse ânimo que dependerá, em grande medida, a força do PL, que, a partir desta tarde — considerando a declaração de apoio do PT à reeleição do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), e a objetiva irrelevância do PSDB— passa a ser o único partido formalmente na oposição ao governo Lula.
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