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Lula decidiu pela intervenção após ver PM tomando água de coco com vândalos
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O presidente Lula decidiu determinar a intervenção no Distrito Federal depois de ver cenas em que policiais do DF faziam selfies e compravam água de coco enquanto vândalos invadiam o Congresso.
O presidente estava em Araraquara para prestar solidariedade às vítimas das enchentes que desabrigaram centenas de pessoas e fizeram 16 mortos quando recebeu a informação de que havia uma manifestação de bolsonaristas próxima ao Congresso. A notícia evoluiu para a invasão do local e logo depois para a tomada do Supremo e do Palácio do Planalto pelos vândalos.
Por telefone, o presidente falou com o ministro da Justiça, Flávio Dino, o ministro da Defesa, José Múcio, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, além de ministros do STF e dos presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco.
Dino foi o primeiro a defender a decretação da intervenção federal, mas o presidente só tomou a decisão depois de ver, pelo celular, as cenas em que policiais do DF confraternizavam com os radicais.
Segundo um dos presentes à visita do presidente à Araraquara, porém, o que mais deixou Lula indignado em relação à forma como as forças de segurança reagiram ao episódio foi o que ele considerou a inexplicável demora na retirada dos invasores dos prédios do Congresso, do STF e do Palácio do Planalto.
Lula atribuiu à demora da ação à Polícia do Exército.
O ministro da Defesa, José Múcio — a quem estão subordinados os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica— já vinha desde a semana passada sofrendo tentativas de fritura por parte de setores do PT que o acusavam de ser excessivamente condescendente com os bolsonaristas acampados em frente aos quarteis-generais do Exército. Enquanto Flávio Dino chamava os acampamentos de "incubadoras de terroristas", Múcio chegou a afirmar que eles eram "manifestações da democracia".
Os episódios de ontem serviram para reforçar os pedidos pela cabeça do ministro da Defesa.
Segundo um interlocutor de Lula, até ontem, o presidente não havia manifestado nenhuma intenção de demitir o ministro, cujo nome pode não ter sido a primeira opção do presidente, mas é o que "mais se aproxima do que ele quer".
Num momento em que as Forças Armadas sofrem críticas da esquerda e da direita, uma eventual saída de Múcio —bem visto pelos militares— pode causar ao governo mais problemas que a sua permanência.
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