Vídeo de suposto ataque a carro de apoiadores de Bolsonaro é enganoso
Ao contrário do que sugerem postagens que viralizaram nas redes sociais, um vídeo que mostra manifestantes atacando um carro branco não é em razão de o veículo ter um adesivo de apoio ao presidenciável Jair Bolsonaro. O material foi tirado do contexto. O ataque aconteceu, na verdade, em manifestação que pedia a renúncia do presidente Michel Temer, em 18 de maio de 2017, em Goiânia, porque a motorista tentava furar o bloqueio do trânsito. E o automóvel não tinha adesivos.
O vídeo viral, de um minuto, usou o trecho entre 55s e 1m55s de um outro, original, com dois minutos e 46 segundos de duração, publicado pelo “G1”. O portal noticiou o protesto pela renúncia de Temer e registrou a confusão ocorrida no cruzamento entre as avenidas Anhanguera e Goiás. O vídeo tem a logomarca do site de notícias em seu canto inferior direito.
O vídeo completo mostra que a motorista acelerou e atropelou um casal, o que é omitido nas postagens enganosas. Os dois ficaram feridos. A moça atropelada chegou a ser arrastada pelo veículo. A motorista ficou em estado de choque.
Outros veículos noticiaram a confusão na manifestação do ano passado contra Temer (aqui, aqui e aqui), alvo de denúncias de corrupção. Nenhum deles faz qualquer menção ao candidato do PSL ou a adesivo supostamente colado no automóvel.
No dia anterior ao ato realizado em Goiás, foi tornada pública a gravação, feita em março, de uma conversa entre o empresário Joesley Batista e o presidente da República. No diálogo, Joesley relatou a Michel Temer, entre outras coisas, que estava pagando para que o ex-deputado Eduardo Cunha permanecesse calado. A resposta do presidente foi: “'Tem que manter isso, viu?”.
O vídeo enganoso, acompanhado do texto com a informação falsa, teve, somente em duas contas no Twitter, mais de 30 mil visualizações, 2,6 mil curtidas e 1,5 mil retuítes nesta semana. No Facebook, um post com o vídeo teve 1,3 milhão de visualizações, 4,5 mil curtidas e 74 mil compartilhamentos no mesmo período.
Neste post do Facebook, o ataque à suposta simpatizante de Bolsonaro é atribuído a apoiadores de Fernando Haddad e Luiz Inácio Lula da Silva, ambos do PT. Esta informação também é enganosa, uma vez que a manifestação em Goiânia não tinha relação com a campanha eleitoral.
Uma usuária do Twitter que postou o vídeo reconheceu depois, no próprio tuíte, que o material era enganoso.
A agência “Aos Fatos” também verificou as postagens enganosas.
O Comprova é um projeto integrado por 40 veículos de imprensa brasileiros que descobre, investiga e explica informações suspeitas sobre políticas públicas, eleições presidenciais e a pandemia de covid-19 compartilhadas nas redes sociais ou por aplicativos de mensagens. Envie sua sugestão de verificação pelo WhatsApp no número 11 97045 4984.
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