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Haddad não cancelou aula na USP para celebrar a queda das Torres Gêmeas

Arte/UOL
Imagem: Arte/UOL

Do UOL, em São Paulo

23/10/2018 14h39

O candidato à Presidência pelo PT, Fernando Haddad, estava licenciado das atividades de professor da USP (Universidade de São Paulo) no dia 11 de setembro de 2001 e não ministrou aulas naquele ano — e, portanto, não poderia ter comemorado a queda das Torres Gêmeas em classe, conforme relata um post viral no Facebook.

Segundo informações do Departamento de Ciência Política da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP), Haddad se licenciou entre os dias 2 de janeiro de 2001 e 1º de janeiro de 2003. No período, ele foi chefe de gabinete da Secretaria de Finanças e Desenvolvimento Econômico da cidade de São Paulo. A confirmação do licenciamento foi publicada na página 23 do Diário Oficial do Estado de São Paulo em 23 de janeiro de 2001.

A nomeação do petista para o cargo na prefeitura está registrada no Diário Oficial do município, assinada pela então prefeita Marta Suplicy na data informada pela USP. Uma reportagem da "Folha de S.Paulo" de setembro do mesmo ano registrou falas de Haddad como chefe de gabinete da secretaria.

Em texto no Facebook, a ex-aluna de graduação de Ciências Sociais da USP Aline Soares afirma que, na noite de 11 de setembro, Fernando Haddad teria cancelado uma aula de “Teoria Política 4” para “comemorar” e “celebrar” o atentado terrorista em Nova York (EUA). Segundo ela, o professor teria dito que “o capitalismo havia ruído” após o ataque. A disciplina a que ela se refere é “Política IV - Instituições Políticas Brasileiras I”, do ciclo básico de Ciências Sociais.

No entanto, Haddad só voltaria a dar aulas para a graduação da USP em 2017, de acordo com a assessoria da instituição, que também informou que o atual candidato a presidente nunca ministrou este curso “porque não faz parte da área de pesquisa dele”. Em geral, Haddad dá aulas de “Política II - Pensamento Político Moderno” e “Política III - Teoria Política Moderna”.

A mulher que fez o relato foi aluna da universidade de 2000 a 2005, de acordo com a plataforma Lattes.

Até a noite desta segunda-feira (22), o post enganoso tinha 11 mil interações no Facebook. O relato foi republicado por sites como “Agência Caneta”, com 33 mil interações.

A peça de desinformação foi verificada pelo “Estadão”, além do UOL, da revista “piauí” e do "Jornal do Commercio", todos integrantes do projeto Comprova.

O Comprova é um projeto integrado por 40 veículos de imprensa brasileiros que descobre, investiga e explica informações suspeitas sobre políticas públicas, eleições presidenciais e a pandemia de covid-19 compartilhadas nas redes sociais ou por aplicativos de mensagens. Envie sua sugestão de verificação pelo WhatsApp no número 11 97045 4984.