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Uma iniciativa do UOL para checagem e esclarecimento de fatos


Vídeo com críticas de pastor Malafaia a Bolsonaro foi tirado de contexto

Arte/UOL
Imagem: Arte/UOL

Do UOL, em São Paulo

28/10/2018 13h33

Não é verdade que o pastor Silas Malafaia “atacou” o candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno da eleição, como diz a descrição de um vídeo publicado no último dia 10 em um canal de apoio à campanha petista no YouTube. A publicação é enganosa. A gravação é verdadeira, mas foi feita mais de um ano atrás. Ou seja, foi tirada de contexto.

Malafaia desmentiu o rompimento com Bolsonaro. O pastor tem feito campanha para o candidato em 2018 e publicou um novo vídeo, em seu canal no YouTube, dizendo que o PT está “espalhando notícia falsa”.

O pequeno texto que acompanha o vídeo fora de contexto traz a hashtag #EleNão, movimento criado por eleitores contra Bolsonaro às vésperas do primeiro turno da eleição. A data da filmagem não é informada de forma clara.

Na gravação tirada de contexto, Malafaia faz críticas à extrema direita. “Assim como a turma da esquerda radical tem seus contratados para plantar notícia contra quem é contra eles, a turma da direita radical também tem. E se você não falar o que eles (da direita radical) querem, mandam o pau em cima de vocês", afirma o pastor. Não há menção ao nome de Bolsonaro neste trecho do vídeo.

Entretanto, como mostrou reportagem publicada pela “Folha de S.Paulo”, houve, sim, um desentendimento entre Malafaia e o deputado, mas em fevereiro de 2017 quando o pastor foi indiciado na Operação Timóteo, da Polícia Federal. E as críticas feitas na ocasião eram, sim, destinadas a Bolsonaro.

Malafaia estava magoado por achar que o parlamentar não o apoiou de forma enfática. A suspeita contra Malafaia é de lavagem de dinheiro em um esquema de corrupção em cobranças de royalties da exploração mineral. 

O vídeo fora de contexto teve mais de 250 mil visualizações desde o começo deste mês e também foi enviado ao Comprova por WhatsApp.

O material foi verificado pela “Folha de S.Paulo” e pelo jornal “O Povo”, além do UOL, do “Jornal do Commercio”, da rádio “BandNews FM” e da “Gazeta Online”, todos integrantes do Comprova.

Neste fim de semana a equipe do Comprova se uniu a outras cinco agências de checagens de notícias no Brasil para verificar mensagens de conteúdo suspeito nesta reta final das eleições. A ideia de juntar forças é para ganhar mais agilidade e aumentar o alcance das checagens. A parceria reúne as agências “Lupa” e “Aos Fatos”, os sites “Boatos.org” e “e-farsas” e os projetos “Fato ou Fake” e Comprova.

O Comprova é um projeto integrado por 40 veículos de imprensa brasileiros que descobre, investiga e explica informações suspeitas sobre políticas públicas, eleições presidenciais e a pandemia de covid-19 compartilhadas nas redes sociais ou por aplicativos de mensagens. Envie sua sugestão de verificação pelo WhatsApp no número 11 97045 4984.