Protesto contra alta de combustíveis na Somália viraliza, mas é falso
A greve dos caminhoneiros contra o preço do diesel tem causado diversos efeitos no país, como crise nos aeroportos, abuso por parte de postos de gasolina e problemas no abastecimento de produtos.
Uma corrente que circula pelas redes sociais sugere que os cidadãos brasileiros sigam um exemplo internacional para reverter a situação. A proposta se diz inspirada em um protesto que teria acontecido na Somália quando o governo aumentou o preço dos combustíveis.
"Em apenas uma hora de tempo as pessoas abandonaram seus carros nas ruas e avenidas e foram a pé para casa. Mais de um milhão de carros abandonados", afirma a mensagem. "Tiveram que abaixar o preço."
FALSO: Não é na Somália nem é protesto
A corrente usa informações falsas com intuito de mobilizar pessoas, mas troca o país de origem e o motivo do engarrafamento.
A foto que acompanha o texto não foi tirada durante um protesto na Somália. É de um engarrafamento na China em 2012, durante o feriado do Dia Nacional da China, celebrado no dia 1º de outubro.
De acordo com informações da imprensa local, divulgadas pelo jornal britânico "Telegraph", naquele ano foram reportadas 24 rodovias do país travadas, com 86 milhões de pessoas viajando, um aumento de 13% em relação a 2011.
Muitos acabaram parados na estrada, como as pessoas da foto registrada na cidade de Shenzhen, da província de Guangdong, a cerca de 2.200 km de Pequim.
O trânsito foi piorado por uma medida governamental, com a liberação de pedágios durante o feriado prolongado de oito dias. O problema acabou virando "trending topic" no Weibo, a rede social chinesa equivalente ao Twitter.
Corrente já rodou pela Alemanha
Além da foto falsa, o UOL não conseguiu encontrar nenhum protesto da população somali contra o preço de combustíveis.
Em 2008, Mogadíscio, capital do país, foi palco para grandes protestos que reclamavam do preço da comida, alvo de frequentes altas por causa da inflação.
No ano passado, milhares de pessoas tomaram as ruas da capital em protesto contra um atentado terrorista que matou mais de 300 no dia 14 de outubro.
Esta corrente também não é nova. Já foi usada em 2017 em outro país. Os alemães compartilharam em suas redes sociais a mesma foto acompanhada do mesmo texto, mas na língua local. A imprensa internacional desmentiu a mensagem.
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