Estátua de Paulo Freire na Suécia não é tributo a educadores
Paulo Freire é uma figura admirada entre os países com os melhores índices de educação no mundo? Uma mensagem que circula na internet diz que sim e ilustra a afirmação com a foto de uma estátua do brasileiro, junto a outras figuras, na Suécia.
"A segunda figura, de barba, é o Paulo Freire", afirma a mensagem que circula pelas redes sociais. De acordo com o texto, a obra sueca é uma "homenagem a pessoas que mudaram a educação no mundo".
Estátua é VERDADEIRA, MAS obra não é dedicada à educação
A estátua de um homem barbudo, no segundo lugar da esquerda para a direita, presente na imagem que circula com a mensagem, é, de fato, uma referência ao educador Paulo Freire e fica na Suécia. A única deturpação da mensagem, no entanto, é a afirmação de que a obra é uma homenagem às "pessoas que mudaram a educação no mundo".
Nomeada Efter Badet ("Depois do Banho", em tradução livre), a obra é um trabalho da artista plástica sueca Pye Engström. A estátua foi inaugurada em 1976 e, atualmente, fica na parte de fora de uma casa de banho no distrito de Västertorp, no subúrbio de Estocolmo, capital do país.
Paulo Freire é uma das sete figuras representadas na obra. À sua esquerda, em primeiro lugar, está a jornalista sueco-norueguesa Elise Ottesen-Jensen, depois aparecem, na sequência: a escritora sueca Sara Lidman, o líder chinês Mao Tse-tung, a ativista americana Angela Davis, o ecologista sueco Georg Borgström e o poeta chileno Pablo Neruda.
Entre as explicações públicas dadas por Engström para a obra, a principal é a de que eram figuras mundiais relevantes na época em que a estátua foi feita, entre 1971 e 1976.
"As sete pessoas sentadas do lado de fora do Västertorpsbad significaram muito para o nosso tempo", diz o Museu da Cidade de Estocolmo, em seu site sobre as esculturas públicas da cidade. "Na escultura de Pye Engström, eles formam um 'sofá', que é amplamente utilizado pelas crianças que passam."
Polêmica internacional
Nos últimos anos, a escultura tem sido alvo de críticas por parte de autoridades suecas e internacionais, mas não por causa de Paulo Freire, e sim por Mao Tse-tung.
Em 2006, o partido sueco Liberais pediu que a estátua do líder chinês (1983–1976) fosse retirada do local. "A cidade não deveria celebrar um dos maiores genocidas da história", declarou a vereadora Martina Lind.
Em sua defesa, Engström justificou à imprensa local que incluiu o antigo líder chinês porque "eram os anos 1970". A última posição adotada pela prefeitura foi a de não retirar a representação, mas colocar placas informativas sobre cada uma das figuras retratadas.
Admirado entre os nórdicos
A figura de Paulo Freire, no entanto, é respeitada entre os países nórdicos. Além da homenagem de Engström, o pedagogo também é foco de um centro que leva o seu nome na Finlândia. O Paulo Freire Center tem como objetivo "discutir seu legado para tornar o mundo mais igual e justo para todos".
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