É falso que indígenas fizeram ritual em homenagem a Bolsonaro em MT
Não é verdade que indígenas teriam realizado uma "indiociata" em homenagem ao presidente Jair Bolsonaro (PL) durante o Kuarup, no Território Indígena do Xingu, em Mato Grosso, conforme falsamente afirma uma publicação com mais de 68 mil visualizações no Facebook. O vídeo compartilhado nas redes sociais é de um ritual fúnebre às vítimas da covid-19 e a faixa com o rosto do mandatário foi levada por dois indígenas, repreendidos por lideranças da etnia.
O que diz a publicação? A postagem que circula desde 1 de setembro tem a seguinte legenda: "Índios fazem a primeira indiociata e declaram apoio a Bolsonaro".
Na sequência, o internauta que mantém a página mostra um vídeo em que a dupla indígena aparece carregando uma faixa com bandeira do Brasil e o rosto de Bolsonaro.
"Eu já vi 'caminhociata', 'jetskiciata', 'motociata', 'fogueciata', agora 'indiociata' é a primeira vez. É inacreditável. Olha a bandeira do Brasil, olha a cara do presidente nela. Olha o tanto de índio, o tanto de índios senhores", diz.
O mesmo vídeo foi compartilhado pelos filhos do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Eles também disseram que os indígenas teriam declarado apoio ao pai, que busca reeleição ao Planalto.
Vídeo desmente publicação. Um vídeo ao qual o UOL teve acesso, por outro lado, desmente a versão da publicação que viralizou.
As imagens compartilhadas por bolsonaristas foram gravadas em 21 de agosto em um ritual fúnebre em homenagem às vítimas da covid-19 e omitem o fato de que a faixa foi removida por lideranças indígenas. A retirada da menção ao presidente contou com apoio de outros presentes no encontro, mostra um vídeo publicado pelo UOL.
De acordo com lideranças, o ato a favor do presidente foi praticado por dois jovens que teriam ganhado bebida alcoólica para a manifestação, mostra um áudio obtido pela reportagem.
Repercussão. Com mais de 68 mil visualizações, a publicação conta com 1,1 mil comentários e 13 mil reações ao vídeo, publicado em 1 de setembro no Facebook.
Fabíola Cidral conta como reconhecer logo de cara uma fake news
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