É falso que manifestante anti-Bolsonaro tenha sido presa em Londres
É falso que uma manifestante anti-Bolsonaro foi presa pela polícia em Londres após "tentar jogar algo" no presidente Jair Bolsonaro (PL). O ato aconteceu em frente à casa do embaixador brasileiro na capital inglesa durante a recente visita de Bolsonaro ao país para o funeral da Rainha Elizabeth II.
Apesar da ativista ter sido, de fato, revistada pela polícia na ocasião e ter usado camiseta da fictícia "Ursal", ela não foi presa e nem levada para a delegacia britânica.
Publicado na segunda-feira (19), o vídeo enganoso viralizou no Facebook. Até esta quarta-feira (21) ele já somava 229 mil visualizações, 17 mil curtidas e 2,6 mil comentários.
O que diz o post. "Prisão feita hoje em Londres! Já imaginou se fosse um apoiador do Bolsonaro?? A imprensa faria um escarcel [sic.]!!".
Na edição viral, o áudio adulterado diz que a manifestante era uma "petista, comunista" que teria sido presa por tentar "jogar algo no Bolsonaro" e que ela seria presa e dormiria na cadeia.
Na gravação, o narrador ainda menciona o STF (Supremo Tribunal Federal) ao dizer que a mulher precisaria de um bom advogado porque "aqui não tem STF pra defender bandido". Outro narrador, em outra edição com imagens do mesmo episódio, diz: "Aqui também eles não gostam de comunista, não, ó? Algema nela? E vai pra cadeia".
O UOL noticiou o caso no último domingo (18). A reportagem entrevistou a manifestante revistada, Ali Rocha, do grupo Brazil Matters. Na matéria, ela disse que foi detida pela polícia local sob a justificativa dos policiais terem recebido uma denúncia anônima sobre alguém vestido com a camisa vermelha —ela vestia uma roupa com a mesma cor— que poderia cometer algum tipo de vandalismo. Rocha chegou a ser algemada.
"Eu fui detida por uma denúncia. Eles disseram que foi uma informação que receberam, que alguém com a camiseta vermelha estava chegando para cometer algum crime, algum ato de vandalismo. Eu fui detida e fui algemada", afirmou.
Ao contrário do que foi dito na desinformação, manifestantes pró-Bolsonaro estavam sendo agressivos, segundo posts no Twitter.
Uma reportagem do jornal britânico The Guardian ouviu a polícia londrina e deixou claro que a ativista não foi presa nem acusada de nenhum crime ou infração. Uma outra mulher que estava no local também foi revistada, segundo o jornal.
O veículo inglês reporta também que, de acordo com a polícia londrina, as algemas foram usadas para facilitar a revista, uma vez que Rocha teria permanecido com as mãos nos bolsos contrariando ordens dos policiais. Ali Rocha nega essa versão.
Ainda de acordo com a polícia, foi constatado que elas não portavam objetos perigosos e ambas foram logo liberadas.
A desinformação também foi checada pelo Estadão Verifica.
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