É falso que MST incendiou carros de religiosos em Eldorado dos Carajás (PA)

É falsa a informação de que o MST incendiou carros de religiosos da paróquia de Eldorado dos Carajás, no Pará. O vídeo mostra os carros incendiados, além de freiras e um padre tentando apagar as chamas. Nas redes sociais, o vídeo circula acompanhado de mensagens que acusam o MST de ser o culpado pelo incêndio. A Diocese nega que o movimento seja o responsável.

O que diz o post? "Dia 18/10/22, ao visitar uma comunidade ribeirinha em Eldorado dos Carajás, no Pará, vândalos do MST colocaram fogo em carros do Padre Zeno da Paróquia de Eldorado e freiras que o acompanhavam. E ainda tem membros da cúpula da igreja fazendo campanha ao PT. Espalhem esse vídeo".

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Diocese de Marabá nega perseguição e envolvimento de movimentos sociais. Em nota assinada pelo bispo Dom Vital Corbellini, no dia 18 de outubro de 2022 e enviada ao UOL pelo contato de WhatsApp, a Diocese de Marabá descartou a hipótese de que o incêndio tenha sido "ação de qualquer movimento social ou perseguição à Igreja".

Segundo a diocese, que chamou o acontecimento de acidente, quatro carros foram queimados na Ilha do Ronca, em São João do Araguaia (PA).

"Até então temos o conhecimento que foi um acontecimento natural advindo do tempo seco propício às queimadas", diz a nota. Um boletim de ocorrência foi registrado na Polícia Civil do Pará.

Veículos serão periciados. A Polícia Civil do Pará informou que o caso está sendo investigado pela delegacia seccional do município de Marabá (PA), e que os veículos vão passar por perícia. Testemunhas serão ouvidas para esclarecer a causa do acidente.

MST se pronunciou. Em nota publicada no site do movimento de trabalhadores rurais sem terra nesta quarta-feira (19), o MST lamentou o caso e afirmou que o movimento respeita a liberdade religiosa:

"Lamentamos o ocorrido e a propagação de fake news para conosco e a Diocese de Marabá, que sempre esteve de portas abertas para as celebrações em memória ao Massacre de Eldorado dos Carajás. Reafirmamos que somos um movimento que respeita a liberdade religiosa do povo, sendo que muitos estão em nossas fileiras, acampamentos e assentamentos e não aceitamos o uso desrespeitoso da fé e da religião de qualquer brasileiro para ataques caluniosos e criminosos", diz o MST.