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Hospital das Clínicas não tem ala para tratar sequelas de vacinados

23.02.2023 - Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto desmentiu que exista ala para tratar pacientes com sequelas provocadas por vacina contra Covid - Arte/UOL sobre Reprodução Twitter
23.02.2023 - Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto desmentiu que exista ala para tratar pacientes com sequelas provocadas por vacina contra Covid Imagem: Arte/UOL sobre Reprodução Twitter

Do UOL, em São Paulo

24/02/2023 14h57

É falso que o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP) tenha uma ala exclusiva para tratar de pacientes com reações adversas da vacina contra covid-19. A desinformação foi desmentida pelo próprio hospital em seu site oficial.

O que diz a publicação falsa? Um post no Twitter reproduz um vídeo de um homem que se apresenta como Bruno Madeira de Carvalho. Ele foi candidato a deputado federal por São Paulo na última eleição pelo PTB (veja aqui). O tuíte transcreve uma fala de Bruno no vídeo em que ele diz "você sabia que no Hospital das Clínicas da USP de Ribeirão Preto existe uma ala exclusiva só pra tratar de pacientes com complicações, com reações adversas da vacina contra a Covid?"

No vídeo, o homem diz ainda que "existem inúmeros casos de tromboses acontecendo de pessoas vacinadas, muitas mortes súbitas e infartos". E cita também "mortes súbitas de atletas".

Por que é falso? No site oficial, o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto desmentiu a existência de uma ala exclusiva para tratar pacientes com sequelas provocadas por vacina contra covid. O hospital disse ainda que não há nenhum paciente internado na unidade por sequelas de vacinas contra a doença (veja aqui).

Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) existe há 22 anos. O Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto explicou ainda que um centro de referência específico para avaliação de casos com indicação de vacinas existe desde 2001.

"Portanto, desde 2001, o HCFMRP-USP conta com esse ambulatório que avalia essas indicações e os casos de eventos adversos pós vacinação, ou seja, qualquer alteração clínica ou laboratorial que possa ocorrer após o paciente receber uma vacina (qualquer tipo de vacina), que são raros. Em 2021, o ambulatório ampliou sua atribuição para avaliação dos casos associados à campanha de vacinação contra o coronavírus, por ser um produto novo", justifica.

O hospital destacou ainda que os eventos adversos relacionados às vacinas contra covid não apresentam diferenças significativas em relação a eventos relacionados a outras vacinas.

Infarto, morte súbita e trombose. De acordo com o coordenador do centro de referência, Fernando Belissimo Rodrigues, não foi identificado até o momento no HC de Ribeirão Preto, nenhum paciente que tenha sofrido infarto ou morte súbita depois de se vacinar contra covid-19. "Não é do meu conhecimento que isso tenha de fato ocorrido em qualquer parte do mundo", afirma o médico.

Incidência de trombose é maior na covid-19. Já sobre a trombose, o coordenador explica que a doença é sim um evento adverso potencialmente associado às vacinas contra covid-19, especialmente as da AstraZeneca e Jansen, "porém a incidência de trombose após a administração dessas vacinas ainda é muito menor do que a incidência durante e após a covid-19", justifica.

Morte súbita de atletas: enganoso. A suposta relação entre mortes súbitas de atletas e a vacina contra covid-19 também já foi desmentida pelo Projeto Comprova em 2022 (aqui) e pela Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, que disse que não há nenhum dado que mostre uma associação entre vacinas contra a SARS-COV2 e mortes súbitas em atletas ou em praticantes de atividades físicas intensas e/ou frequentes (veja aqui).

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