Corrente falsa de WhatsApp diz que arroz produzido pelo MST tem agrotóxicos
É falso que análises de laboratório da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) tenham atestado contaminação por agrotáxicos no arroz orgânico da marca Terra Livre Agroecológica, como afirma uma corrente de WhatsApp.
As análises mostraram que não há resíduos detectáveis de agrotóxicos nas amostras. A nota foi publicada no próprio site da UFSM (aqui).
O pedido de checagem foi enviado por leitores do UOL Confere para o WhatsApp (11) 97684-6049.
O que diz a mensagem
"Análises de laboratório da UFSM atestaram traços de agrotóxicos em arroz produzido pelo MST comercializado com selo de orgânico", diz o título da corrente falsa.
O texto também diz que o pedido de análise foi protocolado em 24 de abril pelos vereadores de Porto Alegre e Nova Santa Rita, Ramiro Rosário (PSDB) e Silvio Roberto Flores de Almeida (PP). A queixa era "por conta da comercialização de produtos supostamente orgânicos que contém (sic) traços dos defensivos agrícolas utilizados em lavouras convencionais (2,4-D, Quincloraque e outros)".
O restante do texto diz que o arroz da marca "Terra Livre Agroecológica" , que também possui selo do MST, foi "objeto de análise pelo Laboratório de Análises de Resíduos de Pesticidas da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)".
Em seguida há o link de um site do "Direito Agrário" com o título: "E quando o alimento orgânico possui agrotóxicos". No entanto, ao tentar acessar a publicação aparece uma mensagem de erro dizendo que a página não pode ser encontrada.
Por que é falso
O Laboratório afirmou que agrotóxicos não foram identificados na amostra. Em nota, a UFSM, além de ter confirmado a eficiência, qualidade e segurança reconhecidas pelo INMETRO, garantiu que "as amostras de arroz analisadas não contêm resíduos detectáveis de agrotóxicos".
Circular do Ministério da Agricultura e Pecuária confirmou resultado da pesquisa laboratorial da UFSM. A Universidade também compartilhou o OFÍCIO-CIRCULAR nº4 com o assunto: "Retificação de informações acerca de suposta detecção de agrotóxicos em arroz orgânico" (aqui).
No item 7 da circular, o ministério valida os resultados obtidos pela UFSM. Veja:
Conforme acima exposto, os dados constantes dos laudos levam a conclusão diametralmente oposta à veiculada na notícia, isto é, as amostras analisadas Não continham qualquer resíduo de agrotóxicos".
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA
Solicitação de fato veio dos vereadores Ramiro Rosário e Silvio Roberto Flores de Almeida. No item 3 da circular, fica confirmado que os políticos de Porto Alegre e Santa Maria protocolaram a representação junto ao MPF-RS (Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul).
MST desmentiu a corrente falsa. Em nota, o movimento disse que "repudia mais essa fake news e reafirma o seu compromisso com a produção de alimentos sem agrotóxicos" (aqui). O movimento também alega que o objetivo da desinformação seria "caluniar as cooperativas e prejudicar as famílias de agricultores que há anos lutam pela produção de alimentos saudáveis nos assentamentos da Reforma Agrária".
Sugestões de checagens também podem ser enviadas para o email uolconfere@uol.com.br.
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