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É falso que líder do MST tenha fazendas no Paraguai

03.mai.2023 - Post falso que circula desde 2019 inventa fazendas de líder do MST no Paraguai - Arte/UOL sobre Reprodução/Whatsapp
03.mai.2023 - Post falso que circula desde 2019 inventa fazendas de líder do MST no Paraguai Imagem: Arte/UOL sobre Reprodução/Whatsapp

Do UOL, em São Paulo

03/05/2023 17h19

É falso que uma força-tarefa da Polícia Federal tenha confiscado no Paraguai três fazendas de "um líder do MST, braço direito de Lula".

A mensagem falsa circula desde 2019. A versão original trazia imagens de fazendas que não pertencem a João Pedro Stédile, como diz a postagem. A mentira atual traz apenas o mesmo texto.

O pedido de checagem foi enviado por leitores do UOL Confere para o WhatsApp (11) 97684-6049.

O que diz o post

A nova versão da mentira traz um print do texto usado na versão de 2019.

"POLÍCIA FEDERAL E FORÇA TAREFA CONFISCAM TRÊS FAZENDAS NO PARAGUAI DO LÍDER DO MST E BRAÇO DIREITO DE LULA", diz o título. Atualmente está circulando um print de uma postagem de 2019 da página do Facebook "Diário do Paraná".

O texto, publicado no perfil do Diário do Paraná, diz que as propriedades são de João Pedro Stedile (sic) e valem aproximadamente US$ 68 milhões —cerca de R$262,4 milhões.

A localização e valor de cada uma das propriedades também aparecem na postagem que, na versão atual, não possui nenhuma fotografia.

"As fazendas Ficam localizadas no Paraguai e fica (sic) na localidade de Cerro Memby, distrito de Yby Yau, em Concepción. O local conta com vários empreendimentos num raio de 700 de metros da porteira de acesso e a primeira está avaliada em 17,4 milhões de dólares, R$ 67,1 milhões. A segunda fazenda fica na mesma região, nas imediações do Rio Aquidaban, e vale 16 milhões de dólares, total de R$ 61,7 milhões. Por sua vez a terceira fazenda fica na cidade de Tacuati, em San Pedro, e vale 34 milhões de dólares, R$131,2 milhões", descreve a publicação.

O print indica que a publicação teria sido compartilhada "há 14 horas".

Por que é falso

Outros veículos desmentiram a mesma mentira em 2019. Nas checagens do Fato ou Fake, Aos Fatos e Estadão Verifica é possível ver que a desinformação compartilhada há 4 anos tinha o mesmo texto que circula em 2023.

Na versão atual, entretanto, foram removidas as supostas imagens das fazendas de Stédile que tinham sido compartilhadas no passado.

Publicação do Diário do Paraná sobre as propriedades de Stédile foi excluída. Procurando no Facebook, tanto no período de 2019 quanto em 2023, não aparece nenhum post da página sobre o assunto.

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A publicação original foi apagada pelo perfil "Diário do Paraná"
Imagem: Reprodução

Outras publicações de 2019 com o mesmo texto compartilham as supostas imagens das fazendas do líder do MST.

Apenas uma das fazendas fica no Paraguai e foi apreendida pela PF. É possível conferir a informação com uma busca reversa no Google. A propriedade do canto superior esquerdo do post era do traficante Luiz Carlos da Rocha, o Cabeça Branca, e não de Stédile.

Em abril de 2019, a propriedade de US$ 100 milhões realmente foi confiscada e transferida ao governo do Paraguai. A imagem foi divulgada pelo site Midiamax (aqui).

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Compartilhamentos também inseriram imagens das supostas fazendas nas publicações
Imagem: Reprodução

As outras duas fazendas são localizadas no Mato Grosso. A fazenda do canto superior direito é de propriedade dos Irmãos Garcia, em Campo Novo do Parecis (MT). A imagem foi compartilhada após a propriedade ter sido classificada em primeiro lugar no ranking do Programa 3S em julho de 2018 (aqui).

A imagem inferior é de uma das 26 fazendas pertencentes à massa falida da Reunidas Boi Gordo, localizadas em Comodoro (MT). A mesma foto aparece em reportagem do Globo Rural sobre o leilão da propriedade (aqui).

Sugestões de checagens também podem ser enviadas para o email uolconfere@uol.com.br.

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