Brics não emprestaram US$ 7 bilhões à Argentina com Brasil como garantidor
O NBD (Novo Banco de Desenvolvimento), banco do grupo de países conhecido como Brics, não anunciou que emprestará US$ 7 bilhões à Argentina, contando com o governo brasileiro como garantidor da operação financeira.
De fato, há uma negociação do presidente Lula (PT) para que o banco faça um empréstimo aos argentinos, mas o acordo ainda não foi concluído nem há um valor definido. Além disso, caso o Brasil fosse mesmo o garantidor, o Senado teria que aprovar a medida.
O que diz o post?
Uma publicação distorcida no Twitter diz que a rádio argentina Mitre, de Buenos Aires, noticiou o suposto anúncio do Brics.
De acordo com o post, o dinheiro do empréstimo teria origem na China [sede do banco], e garantia do Brasil.
"Dilma [Rousseff, presidente do bando dos Brics] começou a trabalhar. Note, a Argentina não terá como pagar, então quem vai pagar será o Brasil. 'Deram a volta' e nós que, indiretamente, mandaremos o dinheiro para a Argentina, já que somos um bando de trouxas mesmo", diz o texto.
Por que é distorcido?
Não há nenhum texto publicado no site da rádio Mitre noticiando o suposto empréstimo à Argentina (aqui). Também não há nada sobre o assunto no site oficial do banco dos Brics (aqui).
A Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda confirmou ao UOL Confere que a afirmação é falsa e que o Brasil não pode conceder garantias externas sem aprovação do Senado (aqui).
De fato, há uma negociação do presidente Lula para que o banco ajude financeiramente a Argentina, mas para isso seria necessário alterar o artigo 7 do estatuto do Brics, já que os argentinos não integram o grupo de países (aqui).
Reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, publicada no dia 31 de maio, diz que Lula admitiu que o empréstimo não deve ser concedido, após resistência dos países associados ao banco (aqui).
O banco dos Brics foi criado em 2015 por membros do grupo (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) com o objetivo de buscar alternativas para o financiamento de projetos de infraestrutura fora do círculo convencional. Atualmente, além dos Brics, também fazem parte da instituição os Emirados Árabes Unidos, Bangladesh e Egito.
O UOL Confere aplica o selo distorcido a conteúdos que usam informações verdadeiras em contexto diferente do original, alterando seu significado de modo a enganar e confundir quem os recebe.
Viralização. A publicação distorcida no Twitter, compartilhada no dia 29 de maio, tem 62.4 mil visualizações, 3.130 mil curtidas, 1.562 mil retuítes e 169 comentários.
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