Filho de Lula não comprou a companhia aérea Azul
É falso que um dos filhos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha comprado a Azul Linhas Aéreas como sugerem posts que circulam nas redes sociais.
Nem Lula, nem sua família são acionistas da Azul ou de qualquer outra companhia aérea, informou a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. A Azul também nega os boatos.
O que diz o post
Um vídeo é sobreposto com os seguintes frases: "A Azul Linhas Aéreas foi comprada pelo Luleco, filho do Ladrão. O boicote já começou, em poucos dias as vendas e as ações da empresa despencaram, enquanto as da Latam dispararam. Divulguem, o boicote é a maior arma do povo contra esses corruptos, vamos acabar com a festa do Ladrão e do Ladrãozinho".
Em outros posts nas redes sociais, apenas um print do vídeo com o aeroporto de fundo e as frases sobrepostas são divulgadas.
No vídeo um homem caminha pela área de check-in de um aeroporto. Ele mostra a área da Latam, com passageiros, e diz: "Vamos fazer a companhia Latam a maior companhia do Brasil. É isso que nós temos que fazer".
Ele passa, então, a criticar Azul e Gol dizendo que na Latam "não tinha o comandante Ladrão, chamado Luli". Ele também mostra os guichês de Azul e Gol vazios. "Para quem gostava de comprar na Azul Linhas Aéreas, infelizmente vai começar a perder suas ações. E detalhe, a Gol vai de lambuja, está lascada, vai ficar mais fudida ainda. Tem um comandante ladrão. Está sendo adquirida pela Azul Linhas Aéreas, onde seu comandante é o Luli. Gente, balcão vazio aqui da Azul. Vazio, vazio, e assim vai ser."
Ele continua andando pelo aeroporto e conclui: "Vamos de Latam. Campanha brasileira nacional pela companhia Latam linhas aéreas. Uma companhia 100% brasileira e não alinhada com bandido".
Em seguida, o vídeo mostra o CEO da Azul, John Rodgerson, em um evento dizendo para Lula: "Você, neste momento, é o grande comandante do país, então, você tem que ter um quepe da Azul, de comandante, tá bom?". Ele entrega, então, o quepe e uma miniatura de um avião para Lula, que posa para fotos com o presidente da Azul, uma aeromoça e Janja. O vídeo é encerrado com um "The end" de desenho animado.
Por que é falso
Lula e seus filhos não estão no quadro de acionistas da Azul. Em uma busca no site de Relacionamento com Investidor não foram encontrados os nomes de Lula ou de seus filhos (aqui).
Presidente participou de evento na sede da Embraer, mas não se falou de troca de comando da Azul. No final de abril, Lula e ministros do governo participaram de uma cerimônia em que a Azul anunciou o investimento em aeronaves da fabricante brasileira. Em determinado momento da cerimônia, o presidente da Azul entrega um quepe para Lula. Ele diz que Lula é o "grande comandante do país", mas não fala sobre o presidente comandar a Azul ou seu filho ter adquirido a empresa. (aqui e abaixo a partir de 18min07seg).
Presidência nega compra. A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República diz que o conteúdo é falso e esclarece que o presidente usou um quepe de comandante da Azul em evento no final de abril. Veja a íntegra da nota:
Claramente o conteúdo é falso. Nem o presidente Lula e nem sua família são acionistas da Azul ou de qualquer outra companhia aérea. O presidente participou, no dia 26 de abril, da cerimônia de entrega de aeronave da Embraer à Azul, em São José dos Campos-SP. Na ocasião, o diretor-presidente da Azul, John Rodgerson, entregou a Lula um quepe de comandante da empresa, que foi usado pelo presidente durante todo o evento.
Azul também nega transação. "A informação não é verdade", informou a assessoria de imprensa, que disponibilizou o link para o quadro de acionistas da companhia no site de Relacionamento com Investidor (aqui). A Gol não comentou.
Latam foi criada após fusão. O Grupo Latam Airlines nasceu da associação da companhia aérea chilena LAN e da brasileira TAM, portanto, não é uma companhia 100% brasileira conforme dito no vídeo (aqui).
Azul e Gol não têm o mesmo comando. Diferentemente do que é dito no vídeo, a Azul e a Gol possuem hoje um acordo de cooperação comercial. Elas não estão sob o mesmo comando como sugere o vídeo.
Viralização. No Tik Tok, o vídeo havia sido reproduzido mais de 70 mil vezes até esta terça-feira (23) com mais de 6.000 curtidas e mais de 1.250 comentários. Em outra publicação, foram mais de 56 mil reproduções.
Esse conteúdo também foi checado por Aos Fatos.
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