Pirapora do Bom Jesus (SP) sofre com alagamentos e acúmulo de poluição
Moradores do município de Pirapora do Bom Jesus, na Grande São Paulo, passaram esta semana pelo terceiro alagamento do ano com a abertura de comportas da represa nas águas do rio Tietê. A medida, parcial, foi adotada em virtude do grande volume de chuvas do último domingo (27) e de segunda-feira (28). Mas o problema não é o único enfrentado pela cidade de pouco mais de 15 mil habitantes: quando não chove, a paisagem do Tietê é tomada por grandes volumes de espuma, um dos subprodutos da poluição no local.
A poluição no rio Tietê em Pirapora do Bom Jesus
Moradora de Pirapora do Bom Jesus (SP) observa o rio Tietê repleto de garrafas plásticas e lixo após abertura da comporta da barragem da cidade. O município convive com a poluição do rio já faz tempo. Em 2007, e em outros anos, os moradores foram surpreendidos por um grande volume de espuma se espalhando pelo rio devido à poluição.
Segundo a assessoria de imprensa da Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia), responsável pela barragem de Pirapora, a abertura parcial das comportas é uma forma de amortecer o impacto da chuva forte na parte alta da represa, e, assim, evitar o transbordamento. Como o centro da cidade está na parte baixa, próxima à margem do rio, alegou a empresa, dificilmente a abertura das comportas evita que ao menos parte dessa água saia e alague a área.
De acordo com a Prefeitura de Pirapora, em nota oficial, a alta de 50 centímetros da água, embora “tenha causado desconforto a moradores do local” e prejudicado “o trânsito de pedestres”, “não representou maiores riscos de inundação à população ribeirinha, nem ao restante da cidade”.
O município salientou, entretanto, que os alagamentos nas cheias são subsidiados por orientação da Defesa Civil municipal em situações referentes à barragem. A Emae informou que não houve falhas no procedimento técnico.
Sobre a espuma oriunda da poluição no rio, a empresa citou a construção de uma usina de energia de pequeno porte, em obras na barragem da cidade, como medida atenuadora do problema --como a espuma se acumula na água parada, a usina serviria também para movimentar a circulação do leito. O UOL Notícias requisitou dados sobre prazo de finalização do empreendimento, que promete diminuir a quantidade de espuma no rio --e também o mau odor-- , mas a Emae não passou a informação até o fechamento desta reportagem. O governo não mencionou medidas específicas para combater a poluição no local.
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