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PM diz que há 11 mandados de prisão contra líderes da greve no Rio

Do UOL, em São Paulo

10/02/2012 11h02Atualizada em 10/02/2012 13h08

O porta-voz da Polícia Militar do Rio de Janeiro, coronel Frederico Caldas, afirmou na manhã desta sexta-feira (10), em entrevista à Globonews, que 11 mandados de prisão foram expedidos pela Justiça Militar contra as principais lideranças da greve no Estado. Procurado, o Tribunal de Justiça do Rio disse que ainda está apurando a informação e não soube dar detalhes da decisão judicial.

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Você está no Rio? Serviços estão normais após início da greve de policiais e bombeiros?

Segundo Caldas, a situação é "de normalidade", o patrulhamento não está reduzido e houve "uma resposta muito imediata em relação às lideranças", que serão submetidas a conselhos disciplinares. "Não vamos tolerar qualquer ação contrária à disciplina", afirmou. "Desde a madrugada estamos monitoramos todas as unidades. Pela manhã havia uma preocupação por conta da troca de turno, tivemos uma ação isolada, no 4º Batalhão, de São Cristóvão, que foi prontamente debelada pelo comandante."  

Os Bombeiros, a Polícia Militar, a Polícia Civil e os agentes penitenciários do Rio de Janeiro entraram em greve oficialmente às 23h30 de quinta-feira (9).

A orientação do comando de greve é que nenhum PM ou bombeiro saia para ocorrência alguma. A Polícia Civil só atenderá ocorrências emergenciais, como violência grave, furto de veículo e as relativas à Lei Maria da Penha. A Delegacia de Homicídios continuará operando normalmente, segundo o diretor jurídico do Sindipol (Sindicato dos Policiais Civis), Francisco Chao. "Em nenhuma hipótese serão aceitos atos de vandalismo da Polícia Civil", afirmou.

Em nota divulgada na madrugada, entretanto, o comando da PM diz que todas suas unidades estavam em pleno funcionamento na madrugada desta sexta-feira (10), contando inclusive com o apoio de policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais) e do Batalhão de Polícia de Choque. 

Prisão de líder

Ontem (9), a Justiça do Rio havia decretado a prisão preventiva do cabo do Corpo de Bombeiros Benevenuto Daciolo. O bombeiro, que é um dos líderes do movimento, está detido desde a noite do dia 8, administrativamente, sob a acusação de ter cometido o crime militar de incitamento à desobediência. Ele foi preso no Rio após retornar de Salvador, onde acompanhava a greve dos policiais militares baianos. 

Também na quinta-feira (9), a Justiça do Rio negou os pedidos de habeas corpus de Daciolo e sua transferência para uma unidade prisional militar.

Daciolo já havia sido preso no ano passado, com mais 400 bombeiros, por terem ocupado o quartel-central da corporação, durante uma manifestação.

Gravações telefônicas divulgadas na quarta-feira pelo "Jornal Nacional", da TV Globo, apontam que Daciolo falou em inviabilizar tanto o Carnaval baiano quanto o fluminense.

Reivindicações

As principais reivindicações unificadas dos grevistas das quatro forças da segurança pública do Rio são: piso salarial de R$ 3.500, auxílio-alimentação na ordem de R$ 350 (e fim dos ranchos nos quartéis), e uma jornada de trabalho de 40 horas semanais.

Os militares aceitam uma carga horária maior do que a reivindicada, desde que o governo do Estado pague hora extra.


O governo já descartou o piso de R$ 3.500 e mandou um projeto de lei sobre o reajuste aos deputados, que o aprovaram nesta quinta-feira. O projeto define que todas as 11 parcelas do aumento previsto para este ano (0,915% mensal) serão aplicadas já neste mês. Até fevereiro de 2013, isto é, em um período de um ano, o somatório do reajuste escalonado será de 39%, e o piso salarial chegará a R$ 2.077 --considerando o adicional do auxílio-moradia (R$ 551,36). Policiais civis e agentes penitenciários não recebem tal benefício.

Após uma reunião emergencial do governador Sérgio Cabral (PMDB) com a chefe de Polícia Civil do Rio, Martha Rocha, e o presidente da Alerj, Paulo Melo (PMDB), na noite de ontem, o governo do Estado fez uma nova proposta: além da antecipação do reajuste escalonado --que foi aprovado em 2010--, os profissionais da segurança pública terão direito a uma nova reposição em 2014.

 

O aumento previsto para daqui a dois anos levará em consideração a inflação acumulada do IPCA em um espaço temporal de 12 meses (de fevereiro de 2013 a fevereiro de 2014), e corresponderia, segundo o governo estadual, ao dobro da inflação no período.

Além disso, os servidores serão beneficiados a partir de 2014 com um auxílio-transporte no valor de R$ 100 mensais e a garantia de que não mais haverá corte da gratificação da Delegacia Legal em caso de afastamento por acidente de trabalho.