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Rio não adere a greve da Polícia Federal; aeroporto em Brasília terá operação-padrão hoje

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo*

07/08/2012 13h37Atualizada em 07/08/2012 19h47

Apenas o Estado do Rio de Janeiro não aderiu à greve nacional promovida por servidores da Polícia Federal (PF) a partir desta terça-feira (7) em todo o país. A informação é da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), que confirmou a realização de operação-padrão hoje à tarde nos aeroportos internacionais Salgado Filho, em Porto Alegre, e JK, em Brasília. Na quinta (9), a operação será no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP).

Com a operação-padrão, os agentes gastam mais tempo para procedimentos corriqueiros como a verificação de passaportes. Já nas emissões de passaporte, apenas casos de urgência estão sendo avaliados.

De acordo com o presidente da Fenapef, Marcos Wink, a não adesão no Rio estaria relacionada a disputas judiciais que envolvem a eleição para a diretoria do sindicato no Estado.

“Fomos empurrados para essa greve, depois de três anos tentando negociar; é como se abrissem uma porta e estourasse a boiada”, comparou Wink, que completou: “Mas a não adesão no Rio não só não enfraquece o movimento como não representa que os colegas de lá não concordem com as causas da paralisação. Tanto que a operação no (aeroporto internacional) Galeão é cogitada”, enfatizou.

Segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Rio de Janeiro, Telmo Correa, no entanto, os policiais pretendem paralisar as atividades em sete delegacias descentralizadas do órgão localizadas em Angra dos Reis, Campos de Goytacazes, Macaé, Niterói, Nova Iguaçu, Petrópolis e em Volta Redonda, além de implantar, amanhã (8), operação-padrão nos portos e aeroportos do Estado. A decisão vai a assembleia que será realizada hoje no final da tarde.

“Nós não podemos desgastar o movimento todo de uma vez só. Como a federação [dos policiais federais] ficou de fazer vários movimentos subsequentes, vamos progredir no dia a dia conforme a negociação [com o governo] vai andando”, disse Correa.

Ato em Brasília

Conforme o presidente da federação, amanhã os grevistas farão uma caminhada até o Ministério da Justiça, em Brasília, onde realização um protesto tentando uma negociação com o governo.

Participam da paralisação agentes, escrivães e papiloscopistas. Eles querem a reestruturação de salários e de carreiras, por meio de ações como a derrubada de uma portaria do Ministério do Planejamento, de 1989, que concede à categoria atribuições de nível médio.

Em todo o país, conforme os números da Fenapef, a PF tem cerca de 6.500 agentes, 2.000 escrivães e 700 papiloscopistas, além de 2.000 delegados que não aderiram à paralisação.

Hoje, um salário-base de agente da PF é de R$ 7.514. O de delegados varia de R$ 13.368 a R$ 19.700.

São Paulo

O atendimento ao público na sede do Departamento de Polícia Federal não foi afetado na capital paulista até o início da tarde. Serviços como concessão de certidão de antecedentes criminais ou emissão de passaporte foram mantidos, principalmente os agendados com antecedência.

O presidente do sindicato dos Servidores da PF no Estado, Alexandre Sally, afirmou que a adesão no Estado “deve aumentar hoje à tarde e amanhã”, com a entrada de agentes de delegacias da capital e do interior que ainda não haviam aderido de manhã.

“Estamos operando com o efetivo mínimo de 30%”, afirmou.

Além da verificação de passaportes nos aeroportos, os grevistas estimam que serviços como atendimento na imigração, fiscalização em empresas de segurança privada, escolta de presos e investigações também sejam prejudicados. (Com Agência Brasil, no Rio de Janeiro)