Cadela voltava "tristonha" de pet shop denunciado por maus-tratos no Rio, diz vizinha
A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga a denúncia de maus-tratos a cães durante o banho no pet shop Quatro Patas, localizado no Engenho de Dentro, na zona norte da cidade. As imagens das possíveis agressões foram veiculadas pela "Rede Globo" na tarde de quinta-feira (18).
Segundo a jornalista Ana Magal, que já foi vizinha do agressor que aparece nas imagens, uma cachorrinha de sua tia era atendida no local, e a família ao entendia o motivo da cadela Hanna voltar “tristonha” do banho.
“A cachorrinha da minha tia, a Hanna, tomava banho lá. Às vezes voltava tristonha, e ninguém sabia de nada. Nossa, fiquei indignada quando vi as imagens. Tem muita gente que já perdeu a paciência com esse Daniel. Fui informada que depredaram o carro dele”, contou Ana. “(Em entrevista à TV) A dona, Solange, diz que nunca viu o filho dela espancar os cachorros. Como? Ela aparece nas imagens”.
Segundo o titular da 26ª DP (Todos os Santos), delegado Carlos Augusto Leba, as investigações estão em andamento. “O caso está sendo encaminhado para a DPMA [Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente]”, afirmou por meio de nota.
Nas imagens, um rapaz, identificado por clientes do pet shop como Daniel, aparece agredindo os cães. Um labrador chega a receber golpes na cabeça com uma garrafa de xampu e tapas no focinho. Dócil o animal só balança o rabo.
Nesta sexta-feira (19), uma equipe da Vigilância Sanitária da Prefeitura do Rio esteve no local para fazer uma vistoria, mas o estabelecimento estava fechado, o que impediu a verificação das condições de higiene do pet shop.
Maltratar, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos é crime ecológico, conforme artigo 32 da Lei 9.605, de 1998. Se condenado, o autor dos maus tratos pode pegar pena de detenção de três meses a um ano, além de multa.
Imagem que circulou nas redes sociais após a denúncia de que cães eram maltratados no local
Sem responsável técnico
O conselheiro do CRMV-RJ (Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro) José Luís Peçanha Rosa, 55, disse que as imagens das agressões são chocantes e afirmou que o local era irregular.
“É um estabelecimento irregular, não tem ART (Anotação de Responsabilidade Técnica), nenhum profissional médico veterinário com registro no CRMV/RJ como responsável, como determina a legislação. Totalmente irregular. Fomos ao local com técnicos da prefeitura e, ao chegar, encontramos um pet shop fechado com polícia na porta e pessoas querendo invadir”, disse o conselheiro.
“Ao ver as imagens, eu senti uma grande indignação. Eu nem consegui ver o vídeo até o fim. Uma crueldade, um absurdo”, completou Peçanha.
Pet é fechado por maus-tratos
Ele explicou que todo estabelecimento veterinário deve ter o CRE (Certificado de Regularidade do Estabelecimento), um selo de garantia que o consumidor deve observar. “É como um selo de qualidade. O Registro tem que estar fixado em local visível ao público. É importante que o consumidor se certifique se (o estabelecimento) está regular perante o conselho. É uma norma federal que deve ser cumprida”, afirmou Peçanha.
Segundo ele, é preciso ficar alerta principalmente quando os preços dos serviços forem muito baixos. “O funcionário no vídeo não está uniformizado adequadamente, e o tratamento grosseiro dado ao animal nunca deve existir. O lugar de banho e tosa não pode ter quinas”, diz.
Manifestação no sábado
Uma manifestação prevista para as 10h deste sábado (20) em frente ao pet shop, que fica à rua Pernambuco, deve reunir defensores dos animais, ativistas e simpatizantes contra a violência animal.
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