"O pior já passou", diz comandante da PM de Santa Catarina; ajuda federal é descartada
O governo de Santa Catarina disse acreditar que a violência dos últimos cinco dias está no fim: "O pior já passou, e a paz vai ser restaurada", afirmou o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Nazareno Marcineiro, durante entrevista coletiva do Gabinete de Crise do governo do Estado, nesta sexta (16), em Florianópolis.
A PM informou que desde o início da crise na segunda-feira (12) ocorreram 59 incidentes em 13 cidades, com três mortos em confrontos com a polícia, 26 ônibus incendiados e 46 presos, suspeitos de participar dos atentados. O último incidente ocorreu por volta das 10hs de hoje, em São José, na Grande Florianópolis.
Os prejuízos materiais com os ônibus queimados foram estimados em R$ 5 milhões, segundo cálculos do sindicato das empresas (Setuf).
As autoridades não conseguiram responder à pergunta mais insistente dos jornalistas: quem são os mandantes dos crimes.
O governo já reconheceu que parte dos ataques é coordenado de dentro dos presídios de São Pedro, Itajaí e Criciúma, por detentos da facção criminosa Primeiro Grupo Catarinense (PGC).
O coronel Marcineiro disse que existe "uma correlação perceptível entre o acirramento do combate ao tráfico de drogas e a violência nas ruas".
O delegado-geral da Polícia Civil Aldo D'Ávila disse que o PGC é responsável por alguns ataques, mas que outros são atos de vandalismo praticados por marginais sem ligação com a facção.
O coronel Marcineiro disse também é improvável que os incidentes aumentem. Mas que caso seja necessário, a PM poderá convocar tropas de cidades do interior para reforçar o policiamento nas áreas mais ameaçadas. "Nós temos meios de enfrentar o problema".
Ajuda federal é descartada
O governo do Estado divulgou uma nota informando que esta manhã o presidente da República em exercício, deputado Marco Maia, telefonou para o governador Raimundo Colombo colocando à disposição recursos da União. O governador disse que agradeceu o apoio, mas que por enquanto ele não é necessário.
Na entrevista, o secretário de Segurança César Grubba disse que o governo estadual por enquanto não precisa de ajuda do governo federal: "Não estamos recusando ajuda, mas quando e se for necessário o Estado não se furtará de pedir, a qualquer tempo".
Ele disse ainda que "no gabinete de crise nós já temos contatos com os setores de inteligência da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e do Exército".
As autoridades criaram mais um grupo de trabalho, além da força-tarefa policial e do gabinete de crise. A equipe é composta pela PM, Secretaria Municipal de Transportes de Florianópolis e sindicatos das empresas e de empregados de ônibus da capital para organizar os recursos da PM na escolta do transporte coletivo.
O órgão é necessário por causa da complexidade da tarefa. São cerca de mil ônibus circulando na cidade em dias normais. A PM não tem recursos para cobrir toda malha. Será preciso fazer comboios e escalas.
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