Dezenas de galos de briga feridos são apreendidos em operação no Rio Grande do Norte
Trinta galos morreram e outros 58 ficaram feridos após uma rinha, realizada em Touros (90 km de Natal), neste fim de semana. Tradicional na região, o torneio com os animais chegou ao conhecimento da Polícia Militar e do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) após denúncia da comunidade.
Ao chegarem ao local, as equipes encontraram 88 galos munidos com bicos de aço e esporões artificiais, além de blocos de notas que sinalizavam apostas entre os donos dos galos.
“Esses animais já haviam brigado e estavam machucados. Os proprietários desses galos colocam adereços neles para machucar o galo adversário. Muitos desses animais também tomam remédios e anabolizantes para adquirirem a estrutura que seus proprietários desejam”, disse o coordenador de Operações de Fiscalização do Ibama-RN, Marcelo Lira.
Ele informou que os galos foram retirados de seus donos e conduzidos para Natal, com o acompanhamento de um veterinário, porém 38 deles não resistiram aos ferimentos e morreram ainda no percurso. Os outros 50 foram encaminhados para estudo em uma universidade local.
O Ibama autuou ainda 15 pessoas que estavam na rinha. Cada uma terá de pagar R$ 44 mil em multa pelo crime. Três delas foram conduzidas à Polícia Civil e podem pegar de três meses a um ano de reclusão, conforme o artigo 32 da Lei 9.605 sobre Crimes Ambientais.
“A multa varia de R$ 500 a R$ 3.000 por galo, mas como tínhamos dezenas de animais e muitos envolvidos, chegamos a este valor. Há pessoas no Rio Grande do Norte que consideram a rinha como tradicional, algo que não poderia ser proibido, mas não é assim. Se for tradição, é criminosa e desprezível. Há pais que levam crianças para ver isso”, disse Lira.
Ele acrescentou que 12 carros foram apreendidos na ação. Esta manhã, proprietários dos galos estiveram na sede do Ibama-RN para se defender e tentar reaver seus veículos apreendidos. O Ibama informou que operações de combate às rinhas vão continuar no Estado.
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