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"Não saí de casa para matar ninguém", diz motorista que atropelou mãe e filha em Congonhas

Thiago Varella

Do UOL, em São Paulo

11/12/2012 16h19Atualizada em 11/12/2012 20h46

"Não saí de casa para matar ninguém. Bebi um pouco, sofri um mal súbito e apaguei”, disse Wagner Alves Alvarenga, 23, ao assinar termo de comparecimento no Fórum da Barra Funda, um dia após ser solto ao pagar fiança. Ele dirigia o carro que atingiu mãe e filha no aeroporto de Congonhas na manhã do último sábado (8).

Clarice da Costa, 56, morreu no acidente. A filha dela, Camila Ariele Turolla, 27, foi transferida na madrugada desta terça-feira para a Santa Casa de Piracicaba (160 km de SP), onde mora, e passará por cirurgia.

Alvarenga diz estar muito abalado e que "está vivendo à base de remédios'.  

A SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) informou que o alvará foi emitido por volta das 19h30. De acordo com Hednilson Fitipaldi, advogado de Alvarenga, a fiança paga foi de R$ 12.440, valor obtido com a ajuda de amigos e familiares.

Alvarenga, que chegou a ficar detido na delegacia do aeroporto, já havia sido transferido para o Centro de Detenção Provisória, em Pinheiros (zona oeste).

A fiança foi paga na 1ª Vara Criminal do Júri da Barra Funda. Em liberdade provisória, Alvarenga deverá responder por homicídio doloso (quando há intenção de matar) e por tentativa de homicídio.

Em depoimento à polícia, o motorista contou que, antes do acidente, havia participado de uma festa de confraternização da empresa na qual trabalha. Ainda segundo a polícia, ele fez o teste do bafômetro, que indicou 0,28 mg de álcool por litro de ar expelido.

Pela lei, se a quantidade de álcool for de 0,11 mg até 0,33 mg por litro de ar expelido, o motorista não responde criminalmente, mas é multado, perde o direito de dirigir por 12 meses e tem a carteira de habilitação retida. Acima de 0,34 mg, o motorista responde por crime de trânsito e pode ser preso.

Alvarenga também chegou a dizer, em depoimento, que dormiu ao volante. Ontem, a família disse temer que Alvarenga não seja punido.

A família das vítimas, de Piracicaba (SP), iria de férias para Florianópolis (SC). As duas foram levadas para o hospital Saboya, no Jabaquara (zona sul), mas Clarice não resistiu aos ferimentos e morreu. O corpo foi enterrado ontem, em Piracicaba.

Camila, que fraturou as duas pernas, continua internada e deverá passar por uma cirurgia, de acordo com informações da Secretaria Municipal de Saúde. O quadro dela é estável.

"Não saí de casa para matar ninguém"