Ciclista que perdeu braço em São Paulo ganhará prótese biônica
Uma vida normal. Isso é o que o ciclista David Sousa Santos, 21, que perdeu um braço após ser atropelado no último domingo (10), em São Paulo, poderá ter depois que receber a prótese para o braço amputado.
A doação será feita pelo empresário Nelson Nolé, de Sorocaba (98 km de São Paulo). Segundo ele, o componente vai funcionar por comando cerebral, o que permitirá movimentos delicados e também de força.
Profissionais da empresa especializada em próteses aguardam pela autorização do Hospital das Clinicas, onde Sousa ainda está internado. “Essa visita será determinante para a preparação da prótese”, disse Nolé.
O doador do braço mecânico explicou que a prótese funciona por comando cerebral. Existem eletrodos conectados às terminações nervosas do braço. “É uma resposta automática, como de qualquer pessoa que tem o braço”, afirma. “Isso vai permitir que ele leve uma vida absolutamente normal, o restante depende do empenho dele.”
Uma prótese biônica pode custar até R$ 250 mil. O caso do atropelamento provocou mobilização, e uma página foi criada no Facebook pedindo a doação de uma prótese e de sangue para o rapaz. A página já tem mais de 2.000 acessos.
“Eu não pude ficar parado diante disso tudo. Me procuraram para que eu baixasse os custos de uma prótese para ele”, disse. “Mas eu não vou cobrar menos, e sim doar todo o tratamento.”
Assim que for liberado e estiver com o ferimento cicatrizado (processo que deve durar 40 dias), David será levado a Sorocaba para receber as orientações relacionadas ao uso da prótese.
“Faremos a medida para a confecção da prótese e teremos 20 dias de trabalhos intensos de fisioterapia e reabilitação”, diz o profissional. De acordo com Nolé, após esse período ele vai com a prótese para casa. “Ele vai poder continuar com os desenhos que sempre fez.”
Quem revelou a paixão de Sousa pela arte do desenho foi a delegada que investiga o caso, Priscila Oliveira Rodrigues. Ela disse que se emocionou quando viu os desenhos feitos pelo rapaz.
Vida normal
Celso Mascarenhas é uma prova viva de que é possível voltar a ter uma vida normal depois de um trauma como esse. Ele teve os dois braços amputados quando tinha 18 anos e mexia com bombinhas de São João. “Na época eu achei que não conseguiria fazer mais nada”, diz.
Mais de 15 anos depois, Mascarenhas usa a mesma prótese que será doada Sousa e também tem talento para desenho e pintura. “Eu sou teimoso. Tudo o que quis fazer tentei até conseguir. Tenho certeza de que com esse rapaz não será diferente.”
O caso
De acordo com a polícia, David passava de bicicleta na ciclofaixa da avenida Paulista por volta das 5h de domingo (10). Ele estaria na contramão de tráfego quando foi atingido pelo veículo em alta velocidade.
O ciclista disse que viu apenas o motorista derrubar três cones que estavam na avenida. Ele não se lembra do momento do impacto. David o braço direito arrancado. O motorista do carro fugiu do local do acidente e jogou o membro em um córrego. Alex Siwek foi preso.
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