No Paraná, comerciante instala radar falso para evitar acidentes

Cansado de inúmeros acidentes e mortes na Estrada da Ribeira (BR-476), que corta a cidade de Colombo, na região metropolitana de Curitiba, o comerciante Roberto Camargo instalou um radar falso na rodovia.

Camargo contou à reportagem do UOL que a ideia surgiu depois do roubo do radar verdadeiro que ficava no local. "Eu pensei: sinalização nós temos, agora só precisamos de algo que lembre um radar, para que os motoristas tenham medo de serem multados", afirmou.

Segundo ele, o radar verdadeiro foi furtado e, mesmo com inúmeros pedidos dos moradores e comerciantes para o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), a empresa responsável pelo trecho não recolocou o equipamento.

"Logo depois do furto, um grave acidente já aconteceu e um senhor morreu. Eu não poderia mais ficar assistindo tanta tragédia", diz Camargo.

O falso radar foi feito pelo próprio comerciante com uma caixa de luz vazia e um mastro. Camargo então instalou o equipamento no mesmo lugar onde ficava o verdadeiro. "O resultado foi imediato. A velocidade diminuiu e os acidentes acabaram", afirmou.

Na última semana, o falso radar foi furtado enquanto o comerciante viajava para fora do Estado. “Já estou providenciando outro. Só precisa pintar. Quero ver se instalo ainda nesta semana”, disse. Segundo ele, a ideia agora é construir um equipamento maior, para que os motoristas pensem que é mesmo do Dnit.

O "trevo do São Dimas", local onde o falso radar foi instalado, é chamado pelos moradores como "trevo da Morte". A recepcionista Margarida Miranda, moradora de Colombo, aprova a iniciativa e disse que a região é muito perigosa. "Já perdi as contas de quantos acidentes e gente morta eu já vi nessa parte da estrada. Os motoristas não respeitam o limite de velocidade", disse.

Hoje, além da recolocação do radar verdadeiro, os moradores pedem que seja instalada uma lombada, já que muitos equipamentos da região sofrem furtos constantes.

Sinalização e responsabilidade

Em toda a sua extensão, a estrada da Ribeira possui sinalização de 60 km/h e placas de fiscalização eletrônica.

Por meio de sua assessoria, o Dnit afirmou que a responsabilidade de colocação e manutenção dos radares em rodovias federais são dos consórcios que administram os equipamentos.

Por isso, a recolocação de radares com problema depende da disponibilidade e calendário da empresa. Segundo o órgão, a Polícia Rodoviária Federal é responsável pela fiscalização da estrada da Ribeira. O Dnit não soube informar qual consórcio é responsável pelo trecho.